sexta-feira, 26 de julho de 2013

A neve e as fotos

Desde 2ª feira, 22/07, tem nevado um pouco – bem pouco – em cidades serranas do Sul do Brasil para imenso gáudio dos turistas e inveja equivalente dos cariocas da montanha. Os meteorologistas até hesitam em assinar reconhecimento total do fato. Não tratar-se-ia de “quireras” – ou seja, gelo muito fraco – mais pancadas de chuva congelada?   Um deles concede: pode ter ocorrido queda de flocos de neve – mais pesados – como fenômeno extremamente breve.



Tempo suficiente para o que interessa! Muitas, muitas fotos do ‘Fenômeno’! Enquanto dura e envolvendo outros milhares de flashezinhos em torno, também eles gotinhas luminosas de luz!


Sorridente, acima, o felizardo autor da foto, Jose Roberto da- Silva em São Joaquim- SC  na segunda-feira-22-07

Enquanto isto,  malgrado a possível 'embromation', nossa ciumeira vai em crescente. Para alimentá-la, abaixo, outros flagras da neve pouca e das fotos infinitas em:

http://www.youtube.com/watch?v=JwG2kexZ7Qk

sábado, 20 de julho de 2013

Fragmentos poéticos do cotidiano: Quase inverno

Pouco vento, frio parco,
Chuvisca um chafariz esparso


Só a luz do dia se altera
Nos limites de céu e terra


Uma garoa gloriosa
Se adensa fora de horas


Suspensos pingos de gelo
Plagiam da neve o modelo


E perene auréola de alvor
Afasta da sombra o temor 


quarta-feira, 10 de julho de 2013

Os arraiás do Rio e as bandeirinhas de Volpi

Cariocas ocupados ou descansados demais às vezes só se lembram das festas caipiras em julho,
quando os santos já cumpriram seu dever com os namorados e pescadores e as crianças entram de férias. Ainda bem que assim também o fazem os organizadores dos arraiás, ao sul, ao norte, a leste e a oeste na Maravilhosa.

Os amantes das canjicas, dos docinhos de abóbora e batata doce, do quentão, das fogueiras fiquem alertas a algumas das opções disponíveis, abaixo. O aspecto cult dos eventos da roça podem ser ilustrados pela sensibilidade do artista que fez honra em sua vida à inspiração popular de sua obra, através, inclusive, das famosas bandeirinhas que se tornaram sinônimo de seu nome.


  Alfred Volpi, nascido em Lucca na Itália no dia 14 de abril de 1896, veio  para o Brasil com uma no de idade. Estudou na Escola Profissional Masculina do Brás e trabalhou como marceneiro, entalhador e encadernador. Por um período foi “decorador de interiores”; há mansões paulistanas que podem se gabar de ter seus frisos, florões e painéis em suas paredes. Aos 18 anos fez sua primeira obra, sobre a tampa de uma caixa de charutos, usando tinta óleo… Autodidata em artes, tornou-se membro do Grupo Santa Helena, nos anos 1940. Embora tenha recebido influências de pintores impressionistas e clássicos como Cézanne, Giotto, Ucello, sempre foi fiel a seu próprio caminho.



Em 1953, ganhou o prêmio de melhor pintor brasileiro, na 2ª Bienal de São Paulo. A partir daí, tornou-se um pintor famoso, tendo exposto na Bienal de Veneza. A exposição Volpi 90 anos, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, no aniversário do artista, teve lugar dois anos antes de sua morte (28 de maio de 1988).


Em sua maturidade artistica, suas obras seriam dominadas pelas cores e pelo estilo abstrato geométrico. Exemplo marcante disso são suas bandeirinhas multicoloridas, que se tornaram sua marca registrada. As formas geométricas e as trocas cromáticas começaram nos anos 1970: Volpi preparava várias pinturas parecidas, alterando cores, no que os críticos definem como uma combinação inventiva.

Só pintava com a luz do sol e se envolvia totalmente coma criação de suas obras, um apaixonado!  Depois de dominar a tempera com claro de ovo, o artista nunca mais usou tintas industriais – “elas criam mofo e perdem a vida com o passar do tempo”, dizia… Como um pintor Renascentista fazia suas próprias tintas, diluíam em uma emulsão de verniz e clara de ovo e adicionava pigmentos naturais purificados como terra, ferro, óxidos, argila colorida por óxido de ferro e outras substâncias.






Para saber mais de Volpi

E quanto aos arraiás deste inverno no Rio:

Arraiá Norte On Ice
Data: Às sextas-feiras, sábados e domingos, até o fim de julho
Horário: Às sextas, das 14h às 22h; aos sábados e domingos, das 13h às 22h
Local: Norte ShoppingEndereço: Rua Dom Hélder Câmara, 5.474, Cachambi
Informação: Quem patinar fantasiado de caipira ganha 20% de desconto

Feira de São Cristóvão
Data: Às sextas-feiras, sábados e domingos, até o fim de julho
Horário: Às sextas, às 15h; aos sábados e domingos, às 22h.
Local: Feira de São Cristóvão
Endereço: Campo de São Cristóvao, sem número, São Cristóvão
Informação: (21)2580-5335

Arraiá do Pagode da Piscina
Data: 10, 17, 22 e 24 de julho
Horário: Das 22h às 4h
Endereço: Rua Francisco Real, 1445, Bangu

Arraiá Tricolor
Data: 12 de julho
Horário: 16h às 22h
Local: Quadras laterais do clube Fluminense
Endereço: Rua Álvaro Chaves, 41, Laranjeiras
Informações: www.canalfluminense.com.br






Arraiá da Amizade
Data: 16 de julho
Horário: 14h às 18h
Local: Quadra Social Do Senac de Irajá
Informação: Levar 1kg de Alimento não perecível

Paróquia Nossa Senhora da Cabeça
Data: 16 e 17 de julho
Horário: 18h
Endereço: Rua Belisário Pena, 420, Penha
Informação: (21)2270-2086

Arraiá do Sapucapeta
Data: 23 de julho 
Horário: A partir das 22h
Local: Jockey Club, Gávea 
Endereço: Praça Santos Dumont, 31, Gávea 
Informações: (21) 2512-9988

Arraiá Nossas Raízes
Data: 23 de julho
Horário: 14h às 21h
Local: Sesc Ramos
Endereço: Rua Teixeira Franco, 38, Ramos
Informação: (21)2290-4003




E boa quadrilha procês, pessoá! No compasso da arte brasileira! 




( à direira, Baile na Roça de Di Cavalcanti, década de 60)  

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Refletindo sobre as Manifestações: os Miseráveis

À leveza do enfoque assumida por um blog não deve se contrapor a fantasia de que o comentário sério e consistente nele não teria lugar por ser ‘pesado’.  A reflexão, devidamente temperada pela compaixão, vazada em seus estilos de expressão segundo os ditames das artes, é uma das boas resposta a este dilema. 

Assim, se não deixamos de lado o tema das manifestações populares que vêm percorrendo o Rio de Janeiro e o Brasil nas últimas semanas, escolhemos – plagiando e apoiando a decisão recente de uma cronista – a referência ao pensamento de um ícone literário, Victor Hugo (aliás, ressurgido na mídia através de adaptação da obra em questão para o cinema), a respeito.


 Que nos sirva de matéria de debate íntimo.   Lembrando que ‘miseráveis’ além  daqueles que atacam em nome (como os policiais) da Lei ou contra Ela, são a vasta massa humana a quem não foi permitido o acesso ao privilégio do pensamento crítico e produtivo e aos afetos positivos predominando sobre os negativos nos momentos de decisão.