sábado, 26 de abril de 2014

Flagras cariocas: à toda no Jardim

Nas estações das férias, os carrinhos do Jardim Botânico trafegam, barulhentos, cheios de passageiros...


,,, , lentamente, em comboios, pelas vias mais largas e mais frequentadas. 


Mas passada esta sufocante época, em dia útil, de manhã cedinho, furtivamente...


... o carrinho corre, livre, leve  e solto, por entre sorridentes veredas escondidas! 

domingo, 20 de abril de 2014

A Páscoa em cartoons

É só abrir a Internet e  recebemos votos...

... de uma Páscoa FOFA...


... e de uma Páscoa GENEROSA


Ao mesmo tempo, vêm os alertas acerca de uma Páscoa GORDA


Podemos, também, optar pelo diferente e à ingestão da profusão dos chocolates preferir a contemplação da miríade de estrelas:


Feliz Páscoa para todos ! 

quarta-feira, 16 de abril de 2014

O Horóscopo dos Cariocas da Montanha: Áries

O Ariano tem força, energia e destreza
Preferindo sempre usá-las com nobreza


E ganhar suas batalhas na delicadeza. 

A marca carioca na leveza rosada do cabresto 

segunda-feira, 14 de abril de 2014

A chuva rala e a lua escondida

A chuva fina volta a cair – será que desta vez vai se manter por mais de algumas horas ? –  sobre a ressequida e exangue cidade do Rio de Janeira, após um fim de semana de céu branco e duro como uma lápide de mármore, sufocando a livre respiração.


 O vídeo abaixo, em que luzes bailam e brilham, qual gotas d' água, dádiva da vida, ilustra, poética e metaforicamente, o sentimento de  Graça – quiçá passageiro – deste momento. Que as gotinhas esparsas, como na dança, se condensem em névoa espessa e tombem enfim gordas e pesadas . 


Por outro lado, um eclipse lunar ocorrerá amanhã e talvez valha a pena, se a chuva se retirar do firmamento, para os amantes do azul mais profundo do céu, inspirados no vídeo acima, acordar mais cedo para contemplá-lo.   

Efeito visual de um eclipse da lua 

Segundo o noticiário especializado:
Um dos principais eventos astronômicos do ano está se aproximando. Na madrugada de terça-feira, 15 de abril, a partir da 1h53 da manhã (horário de Brasília), começa o eclipse total da Lua, aquele em que o satélite fica totalmente encoberto pela parte mais escura da sombra da Terra. O fenômeno poderá ser observado em todo território nacional e marca o início de uma série de eclipses nos próximos dois anos.
"No Brasil, o melhor horário para observar o eclipse será entre 3h e 4h30 da manhã, quando se visualizará toda a primeira fase parcial e boa parte da totalidade", diz Gustavo Rojas, astrofísico da Universidade Federal de São Carlos.

Quem quiser ver o fenômeno deve olhar para o lado oeste. Binóculos ou telescópios amadores podem ser usados, embora o evento seja totalmente visível a olho nu. De acordo com o especialista, ao contrário dos eclipses solares, neste caso não é necessário adotar nenhuma medida especial de proteção para os olhos.

Quem sabe notívagos e madrugadores do Rio se encontram para tal lírica observação? 

quinta-feira, 3 de abril de 2014

“Ela”

O filme permite diversas leituras sofisticadas, dentre as quais  aquela, em fronteiras psicanalíticas, segundo a qual questionaria, com sutil profundidade, a verdadeira natureza das relações afetivas.  Ora, veja-se, embora se trate de uma sociedade do futuro, altamente desenvolvida  tecnologicamente  – tanto que um OS (‘operacional system’) como o que constitui a (invisível) co-protagonista Samantha é viável – existe ainda uma profissão de ‘escrever cartas manuscritas’ afetuosas e comoventes, enviadas  pelo correio aos destinatários. 

O que já evidencia uma primeira incongruência: o que há de sincero, de legitimamente amoroso, na emoção a ser provocada apenas por bem saber manipular palavras que utilizem um quadro referencial de ternuras pré-condicionadas a partir de informações periféricas?  Na carreira do protagonista,  Theodore (Joaquin Phoenix), ele teria  sido responsável pela criação e manutenção de romances inteiros , do início ao fim, onde os clientes usaram as suas palavras como estopim e alimento para seus relacionamentos  afetivos.  

 
As amizades 'reais' - como com a colega igualmente decepcionada
 com a vida - pouco acrescentam senão fugidios momentos de descontração
  No criativo enredo do filme de  Jonze,  Theodore (Joaquin Phoenix)  vive um momento de crise após a separação de sua esposa Catherine (Rooney Mara). Para driblar a solidão, ele decide adquirir um software que promete proporcionar momentos reais de interação. O sistema operacional, que se auto-denomina Samantha (voz de Scarlett Johansson), passa a acompanhá-lo diariamente e logo eles se envolvem. Samantha parece ser aquilo de  que ele precisa, aceitando-o do jeito que ele ‘ é’ e preenchendo uma lacuna na vida do escritor que as pessoas “reais” não conseguem. Observação: trata-se de um sistema que aprende com a experiência, assim Samantha , em tese, reproduziria os próprios mecanismos psíquicos do que Theodore chama ‘amor’ na relação.
A ‘realidade virtual ‘ onde o filme se desenrola nos surge familiar, inclusive nos cenários intensamente urbanos, onde a vista que se desvenda das janelas emula as luzes de controle de redes computacionais.

Nele, as pessoas estão sempre conectadas, sejam sozinhas ou em grupos, seja em casa ou na rua, através de seus celulares, tablets e correlatos aplicativos sedutores.
Estaria a tecnologia, que aproxima os usuários e quebra barreiras, tornando as relações  cômodas demais?  Ou apenas realiza o desejo oculto, neste sentido, das pessoas que as utilizam ?  

Independente de Jonze criar como plataforma uma sociedade virtual à frente da nossa, o principal assunto do filme – responsável por seu fascínio – é um novo enfoque aos eternos temas do amor, das paixões e das amizades. Não obstante existir apenas como voz e um registro na tela do smartphone, Samantha dá a Theodore um novo fôlego, estimulando-o em sua rotina e fazendo-o acreditar no amor. É com ela - através de seu olhar, também só presente através de um visor  do smartphone - que Theodore acessa outras realidades, inclusive trafegando em espaços de natureza, que deixam em segundo plano o urbano féerico. 

  Mas até onde esse sentimento realmente procede? Há alguns momentos em que as indagações sobre a ‘realidade’ de suas próprias emoções, por parte de Samantha, raiam a reflexão filosófica. 
Com um farol qual luz solitária, singular, ao fundo, Theodore, contempla,
na companhia virtual de Samantha a amplidão do horizonte.
 Quão mais longe sua mente poderia ir, todavia?
Em um momento crucial do enredo, adiante, Samantha dirá:
" (...) the spaces between the words are almost infinite.
 (...)  it's in this endless space between the words that I'm finding myself now"
Astutamente, o diretor não destitui a ‘mente’ de Samantha de características próprias de um sistema cibernético, muito diversas daquelas de um sistema nervoso humano. Assim,  não obstante a sua ‘programação inicial’ tê-la aproximado afetivamente de Theodore (dado o seu aprendizado das 'emoções humanas' com ele) , o prosseguimento de seu aprendizado ‘cibernético’  no vastíssimo universo do virtual – que transborda as fronteiras usuais de tempo, espaço e identidades – vai provocar uma guinada inédita, inesperada, no enredo.    
O trabalho de Jonze com o elenco, uma de suas principais características, se repete aqui com primor. O cineasta consegue arrancar de seu protagonista e de sua dubladora atuações que trazem credibilidade à narrativa. Sem o discernimento correto neste sentido, outro cineasta poderia escorregar na funcionalidade da trama. Além de Rooney Mara, as atrizes Amy Adams e Olivia Wilde completam o poderoso time feminino do longa.


Em exibição hoje: 


·         Barra da Tijuca
·         Botafogo
Estação Rio - Sala 114:00 | 16:30 | 19:00 | 21:30 
·         Ipanema
Candido Mendes14:30 | 18:40