domingo, 30 de dezembro de 2018

O Legado da Esperança

Caramelo no telhado de nossa casinha 
Fim de ano ... época de um olhar retrospectivo sobre os últimos 365 dias... proponho rever , hoje, aquilo que , dentre outros projetos, mais canalizou o que considero essencial ser lembrando , em um final de ciclo, para nos dar forças e entusiasmo para enfrentar o seguinte.

Este foi um ano muito dedicado a tentar dar um novo alento e imprimir uma nova intenção a meu sítio ... Transforma-lo em local mais propício a uma produção rural que lhe desse condições de auto-sustento... mudar hábitos de convívio e de administração conjunta com caseiros ... abrir algumas perspectivas de relacionamento com vizinhos...

Surgiram outras questões perturbadoras, sempre ligadas a barulhos próximos : o carma de meu sonho de fuga do bulício citadino ! Mas talvez eu esteja mais forte para enfrentá-los.. Eximir-me de fazê-lo não é mais uma opção.


Mantive o foco na produção de queijo - cujo curso fiz no início do ano - em meio a dificuldades como um (ainda em processo ) aprimoramento da qualidade e controle na quantidade. Comprei até mesmo uma geladeira nova para melhor preservá-los.

Isto  implica, é claro, em ter de cuidar do meu pequeno plantel. Se minhas intenções são sérias, devo pensar em detalhes como plantar  para as vaquinhas, em especial no período de seca, cana de açúcar e capim alto. mesmo porque se ração é  bom para engorda, para dar leite o capim e a cana são mais eficazes.
Ver como já estão crescidas as mudas plantadas em outubro !


O que já fiz, aproveitando o dinheiro da  venda das jabuticabas, em um trecho ainda  disponível para isto do sítio...

O ideal em um sítio auto-sustentável é a retroalimentação dos  recursos próprios .

As mudas vieram do vizinho. há um sistema de trocas que deve ser levado em conta na administração das áreas rurais.

Acompanhar como iremos criando um rebanho leiteiro, da raça jersey (que é pequena para um pasto limitado  como o meu e dá bastante leite em termos proporcionais)  não é fácil pra mim, porque sou distraída , em termos de controle, e nem guardo direito o nome das vaquinhas e suas crias. Estou tentando mitigar isto, vistoriando-as com mais frequência no pasto e começando a indagar um pouco mais de quanto produzem etc...

Esta  é Mococa II , herdeira direta da matriarca Mococa,
com sua bezerra Rajadinha , Ela é boa de leite.
Em nome da tradição, pretendo manter sempre uma descendente da Mococa.

Esta é Mansinha ou Rolinha, que deve ser 'negociada' em breve. . 
Como já coloquei em outra postagem  é meio complicado unir lados mais afetivos e poéticos aos práticos, neste tipo de "empreendimento ".

Assim, vou ter que dispor de vacas que não são boas de leite, como Mansinha. A princípio vai procriar e não ser sacrificada, mas também aí vai depender de sua 'competência'.




Laranjinha e seu bezerrinho macho
 Ás vezes podem haver pequenas compensações, nestes termos mais  (assim digamos ) 'piegas' , como quando Moisés me diz que ao invés de vender o bezerrinho macho para abate - triste sina de nosso novilhos - vai trocá-lo por um jerseyzinho , de  modo a que tenhamos nosso próprio tourinho procriador.



Esta é Papucaia,  com sua bezerra nova ,
 a quem chamamos Esperança 
  A  foto ao lado merece menção especial, uma vez que 'nomear' a vaquinha ou bezerra é um pequeno 'ato de poder'.

Eu o concedo a Moises, intervindo apenas quando o nome do bichinho é meio  feio demais. mesmo porque se eu der - como já tentei um nome mais sofisticado , ele , na minha ausência, chamara o bichinho pela alcunha de lavra prórpia.

 A foto ao lado me é preciosa, porque o nome da bezerrinha foi escolhido por mim, com plena aprovação do Moisés, como Esperança.

É em honra dela e do que pode significar, em termos simbólicos, de novos rumos para meu sítio - e quiçá para minha vida - que veio o nome para a postagem de hoje.



Que seja a matriz de uma nova linhagem !!!




Acho que, este ano, ao menos ensaiei  cumprir quase todos os quesitos que implicam em 'possuir' (termo bem relativo, porque , na prática, é uma posse compartilhada com caseiros, no mínimo!) um sítio...

Mantive a ênfase na conservação - replantio, escolha de novas espécies - de mudas de plantas, em especial as frutíferas . Lá encima, no antigo pasto que está sendo reflorestado (em prol de aumento da quantidade de água) , foram plantados muito pés de abacate . Aliás, cabe aqui a menção poética de que é lá que pretendo fazer um novo espacinho para me refugiar dos ruídos, quando quiser estudar por lá, unir fios soltos de minha vida que precisam se reenlaçar em corda flexível, matéria prima para corrimões nas escaladas e redes de repouso ..

O que está sobrando de meu antigo jardim natural encantado, no alto do sítio... 

É entre este banquinho e esta pedra,
com vistas para a paisagem acima,
que pretendo construir uma mesinha e outro banco
á sombra da floresta logo atrás  ... 


Estou de olho em mais exemplares de frutiferas que 'pegaram bem no sítio' ...
Tentamos diversas vezes até conseguir mudas de figo que dessem certo !
precisam ser plantadas duas a duas , para se entre-polinizar
Adoro doce de figo, assim fiquei muito satisfeita com este sucesso! 
... e queria revitalizar (novas mudas?) uma videira antiga, que não cresce nem diminui de tamanho ...

Suas uvinhas  amargas fazem parte de meu natal rural !  
Na área de cercas, caramanchões e fores, aproveito que a tubélia azul dá muito bem lá e começamos a estender o seu lindo caramanchão para a cerca ao lado. Moisés fará banquinhos embaixo para podermos ter uma vista de todo o açude que dela fica em frente.



É preciso também conservar a casa. Consegui negociar pequenos reparos com Maicol de forma mais tranquila e objetiva do que de vezes anteriores. Fiquei até feliz de saber que o dinheiro que paguei ajudou ele a comprar seu primeiro carrinho velho !

Dentre eles, abrir de novo as quatro folhas da porta da sala de jantar
que dá para a varanda de baixo, que estavam emperradas há muitos anos.
Também recolocamos tábuas do assoalho que estavam soltas 

Preciso  é claro  replantar mais mudas de hortência,
para 'fechar' o degrau da varanda que dá para o gramadinho em frente. 
Estou 'atualizando' as coisas 'empacadas', o mais possível em minha vida também. Em termos de sítio, isto representou por exemplo, afinal, pedir para Maicol fazer um suporte rústico para uma cadeira de pano de balanço que estava por ele esperando há no mínimo 20 anos !
Ficou bem legal !

Mas o que me deixou mais feliz foi perceber que minha constante doutrinação acerca de cuidar bem dos gatinhos - "água mole em pedra dura ... " (outro nome para a insistência do que, em nosso  grupo de estudos chamamos  de "ideal do ego")  -  talvez tenha funcionado na  Rita, que, ao que tudo indica , começou a gostar de nossos fofinhos , de forma que parece mais genuína. Pra mim, querer bem a animais domésticos, tão de nós dependentes, é sinal inegável de aumento do nível civilizatório - donde humano - de uma pessoa.

Prova disso, além de outros cuidados como deixar a casa sempre aberta para eles e mais fartura na comida, foi ela ter comprado, com seu dinheiro, para me dar de presente, uma casinha para gatos que uma vizinha faz. Não gostei muito da cor, intensamente amarela ! mas como sequer fazer algo a respeito (tz pintar de verde) se, quando perguntei a respeito , ela explicou a escolha : "Eles todos são amarelos !"

Qualquer gesto que simbolize  Amor deve ser valorizado em todas os seus feitios e cores !!! 


Ron-ron também tem um pouco de amarelo em seu tricolor. Continua muito ágil nas caçadas, muito lépida.

À esquerda, adivinhem de que se trata esta manchinha felpuda  no meio do caule esguio também à esquerda do arbusto da foto ?

À direita, enquanto se desembrulha em uma forma felina, reconhecemos a nossa aventureira .

Quem disse que gatos não sobem - e descem - de átvores ?



Agora Huguinho - que Graças aos Deuses Felinos - anda mais doméstico -  e Caramelo são mais amigos e até dormem enroscados juntinhos .


Caramelo continua curioso e dengoso, É claro, que logo veio experimentar o cadeirão de balanço  novo, no gramado de baixo,  em meu colo.



E , com seu olharzinho ingênuo, confiante  e atento , encerramos nossa postagem de hoje !.


Possam nossos esforços de crescimento e transformação, queridos amigos do Blog, no Ano vindouro, serem retribuídos pela Vida na medida certa para transmitir Coragem e Esperança a cada um de nós e para todos a quem possamos deixar este seu  Legado!

terça-feira, 25 de dezembro de 2018

O milagre às avessas do Natal

Aconteceu ontem mesmo. Menos de quatro horas depois de se terem colocado 10.000 litros nas cisternas do Condomínio, que haviam ficado todas quase cheias, faltou água de novo !

Desci agora para verificar e, realmente, nem uma gota, sequer nas bicas do térreo, onde se concentra qualquer aguinha que possa ter entrado durante a noite. Assim, há a certeza de que estamos lidando com problema sério, talvez incluindo vazamento nestas cisternas , que não têm manutenção há muito tempo, desde que eu fui síndica. 

Hoje a chance de encontrar mão de obra para cuidar do assunto é quase nula. Felizmente , choveu ontem e refrescou. Tenho uma reserva boa de água , ao menos para regar as plantas e sustentar um mínimo de sobrevivência por alguns dias (enchi todos os potes e baldes de que dispunha) . Mas não para tomar banho, donde prefiro não sair para uma boa caminhada de que tenho saudades. Também não ouso usar minha reserva  para descargas frequentes nos vasos sanitários, assim o odor que vem do banheiro, se não chega a repelir , não é atrativo !

Natal de parcos cartões e lembrancinhas - parece que na Inglaterra e outros países mais civilizados este hábito se mantém. Presenças  , só a de meu amigo Lula que. como faz sempre, me visitou ontem, em meio à confusão em torno da tentativa de resolver o problema da água.

Única lembrança , na minha tradicional prateleira, das Festas deste ano.
Não fiz comidinhas especiais, mandei uns poucos cartões pelo correio e enfeitei a porta de entrada.   

Teste de paciência e resistência. Manter viva a Fé e a Confiança nos valores ancestrais, quando sua manifestação na simbólica do Renovar do Nascimento refletida no espectro mental de cada um,  além de desgastada no imaginário cultural ao redor, encontra-se ressecada (literalmente) no meu entorno mais imediato ! 

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Natal e água

Este Natal está meio borocochô pra mim este ano ! Tudo parece meio rotineiro e repetitivo. São fases de relações íntimas mais exigentes para com os símbolos convencionais ...

Pra completar , faltou água no meu prédio e desde ontem estou nas démarches com a jovem síndica (que não mora aqui, mas correu atrás direitinho!) para resolver o abacaxi.  Descobrimos que o problema é de responsabilidade da CEDAE , mas chamamos um bombeiro para uma solução  provisória, desentupindo um cano problemático . Como tal providência não garantiria o pleno abastecimento do preciosos líquido, compramos , ainda agora,  uma pipa d'água .

Que delícia simples e inestimável tomar um bom banho, depois de dois dias mal sobrevivendo na canícula !!!


E pra melhorar, começou a chover e a temperatura amainou um pouquinho... Só um pouquinho, mas foi precioso !!! Gotas de satisfações singelas e despretensiosas , ligadas a um real prazer, dando um brilho inesperado a um certo tédio.

Um Feliz Natal para os amigos do blog !

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Explosão do verão

Custou um pouco a chegar ... dias cinzentos, às vezes quase friorentos, numa longuíssima primavera... 

De repente, quase em sua data oficial de reentrée anual, explode o verão e o calor que nos aturde e exaure ! Ontem, quinta-feira, a máxima foi de 39,6º no Rio de Janeiro. E a ameaça é a temperatura passar dos 40º no fim de semana .


O resto, por agora, é silêncio !