Dentre as vocações urbanísticas dos cariocas da montanha
está a de enfeitar os canteiros de suas moradas – incluindo os micro-jardins dos prédios de
apartamentos – e os das ruas em volta das árvores. Na primavera, resplandecem,
como joias vivas, coleções inteiras de orquídeas, pingentes pendentes de
troncos e galhos, nas vias públicas e em pátios gradeados.
terça-feira, 23 de outubro de 2012
Canteiros floridos: a árvore de orquídeas
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
A Beleza do Sagrado
A Beleza do Sagrado, festa
cultural das Igrejas Ortodoxas da Cidade do Rio de Janeiro, comemora seu
terceiro ano neste fim de semana com uma exposição de ícones, apresentação de cantos
litúrgicos, teatro, filmes e palestras. Em cada um destes eventos além de bazar de
artesanato cristão, serão oferecidos quitutes típicos da culinária grega, árabe
russa e brasileira.
Bodas de Canaan |
Abertos ao público em geral, os eventos
espalham-se pelas Igrejas Ortodoxas do Rio de Janeiro. Realce-se a Exposição de
Ícones do Atelier de Iconografia São Lucas que terá lugar a partir das 18hs,
nesta sexta-feira, dia 19 de outubro, na igreja dos árabes cristãos do
Patriarcado de Antioquia no centro da cidade. A exposição fica aberta à
visitação no sábado das 14h00 às 19h00 e no domingo das 10h00 às 17h00.
Natividade |
A seguir, hoje, no mesmo local, haverá uma apresentação dos Coros
Litúrgicos das Paróquias Ortodoxas grega, árabe, russa, brasileira e do Canto
Gregoriano com os monges Beneditinos, a partir das 19h00.
LOCAL: Sociedade Ortodoxa de São Nicolau
Rua Gomes Freire, 559, 2* andar, Centro
Virgem das três mãos |
No domingo, dia 21 de outubro, na Catedral da Igreja
Polonesa, que fica em Copacabana, haverá uma Exposição de fotografias sobre a
Santa Montanha do Athos na Grécia e a projeção do filme OSTROV (A ILHA) do
cineasta russo Pavel Lungin (legendado).
LOCAL: Catedral Ortodoxa da Santíssima Virgem Maria
Rua Saint Romain, 226, Copacabana
Para a programação completa ver:
http://auroraortodoxia.blogspot.com.br/2012/10/a-beleza-do-sagrado-iii.html
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
Antes e depois do passeio ao Sítio Burle Marx: amenos trânsitos e boa comida
Complementando a postagem anterior sobre o passeio ao sítio
BM (Nosso jardim (tropical) secreto: na barra de Guaratiba).
O trajeto para o Sítio foi encurtado desde a inauguração, em
junho passado, do túnel Presidente José de Alencar (caminho anterior: Serra da
Grota Funda), que interliga a Barra da Tijuca à Guaratiba e faz parte do
Projeto BRT Transoeste. Vale a pena conhecer até pela bonita obra de
engenharia.
Ver:
Após a caminhada pelo sítio, onde comer? A votação entre os
CM – ou seja, Cariocas da Montanha – que visitaram o sítio teve por vencedora a
tradicional Tia Penha, cuja localização e estilo nos mantém próximos à natureza. E bem pertinho do Sítio, não há como errar: na
própria estrada Burle Marx, 10815.
As porções são fartas
e saborosas e a bom preço, comparado aos praticados na Zona Sul do Rio.
A dica é a moqueca de camarão (repleta dos ditos crustáceos) – ao alto da foto – que serve muito bem duas pessoas.
Depois, para encerrar o programa, pode-se ir até a barra de
Guaratiba, apreciar o por-do-sol...
Mas, para os legítimos CM, logo é hora de debandar. Porque
assim que o sol se retira histéricas luzes azuladas se acendem sobre as
barraquinhas da praia e um funk infernal imprime ao dócil anoitecer uma
vibração desesperada e exasperante.
Notinha:
- Outra
opção de comida boa e farta que nos foi, posteriormente, recomendada é o
Bira, onde a bonita vista da restinga de Marambaia seria o diferencial.
Adress: Caminho da Vendinha, 68 - Guaratiba Rio de
Janeiro - RJ, 23020-810
(0xx)21 2410-8304
domingo, 7 de outubro de 2012
Nosso jardim (tropical) secreto: na barra de Guaratiba
Existe um lugar, o sítio Burle Marx, que é o jardim secreto
dos cariocas, a tradução patropi do
English secret garden de gratas memórias literárias e cinematográficas.
Para aqueles que gostam de natureza e de arte e simpatizam com a ideia de
escapar do miolo fervilhante do Rio para suas cercanias rurais, é o programa
perfeito!
Vista distante da Barra de Guaratiba do ponto mais alto do Sítio BM, na varanda de seu ateliê |
Caluda, porém! Cariocas da Montanha têm em comum com os
cariocas da Praia uma preguiça infernal de fazer reservas. Vai que chove! Vai
que rebenta um cano no chuveiro! E se, de repente, aparecer algo
imperdível? Pior ainda, somos mais
encucados do que a turma praiana quanto a manter compromissos – vai que eu
peguei a última vaga, aquela da velhinha cujo desejo derradeiro era estar lá e
então?
Ao lado do portão recuado, o logotipo do sítio |
Após as peripécias de achar o local – bem escondidinho comme il faut (e de portão - recuado - fechado até a hora exata agendada) – é comum dar-se com os
proverbiais burros n’água ao descobrir que para visitá-lo a reserva antecipada
é obrigatória. Pode ser por telefone, em horário comercial (2410-1412) , o
número de pessoas por grupo visitante é limitado (35 alminhas) e a entrada é baratinha: R$
10,00.
A visita é guiada por uma bióloga e somos discretamente
acompanhados, o tempo todo, por corteses
guardas uniformizados, que não deixam ninguém ficar para trás. O sítio é muito
bem preservado e amplamente integrado a recortes culturais que, como em uma
faixa de terreno fértil (que vai, tradicionalmente, do brejo ao topo da
montanha), abrangem desde a comunidade local às esferas globais.
Perambulamos inicialmente pelos ‘sombrais’, grandes estufas cobertas por um material que reproduz diferentes densidades de sombra e cujas
espécies raras (como a 'flor peluda' abaixo) são assim preservadas em simulações de seus habitats naturais, podendo ser objeto de
pesquisas internacionais.
Veja-se esta palmeirinha 'peluda' ,cujo tronco é coberto de 'penugem' |
Uma alameda de árvores de pau brasil nos conduz, colina
acima, à casa do Mestre.
Enquanto passamos por exemplares magníficos, como a
figueira de imensas raízes, trechos da vida de Burle Marx vão sendo narrados, a
começar pela longevidade de sua vocação, registrada desde a lembrança da
primeira muda dada pela babá, Anna Piacsek, aos sete anos de idade (na foto abaixo, Anna com os irmãos BM, com quem conviveu até sua morte, com mais de cem anos)
Vamos adentrando, ao longo da subida, as concepções
inovadoras de paisagismo de BM e o prazer que tinha em coletar plantas diferentes e
atrativas.
Observe-se o belo efeito de recortes e tons diversos de plantas de espécies aparentadas em uma elevação do terreno |
BM gostava também de descobrir variações pouco conhecidas e decorativas de plantas conhecidas por outras propriedades suas, como as alimentícias. Ao lado, um bonito exemplar da família da mandioca.
A capelinha de Santo Antônio, muito antiga ( do século XVII), restaurada com carinho, celebra missa para a comunidade local aos domingos, às sete horas da manhã e está aberta para casamentos e festividades litúrgicas.
A seguir, a casa de Burle Marx, no estilo colonial
brasileiro, onde podemos conhecer e admirar as inúmeras facetas artísticas do
Mestre.
A varanda da casa, ornamentada com carrancas. |
Em frente à casa, um lago, com dique ornamental |
Coleção de moringas do Jequitinhonha |
Peças de arte americana, africana, asiática na sala de jantar |
BM era um coletor do Belo,
no Brasil e no Mundo
no Brasil e no Mundo
Além de coletor, BM era um 'criador de muitas facetas do Belo'.
Em sua sala de jantar, seus quadros também ornamentavam as paredes.
E as toalhas eram pintadas por ele em sua 'Loggia'.
Um aquário trazia a natureza para dentro do espaço.
O Mestre pintando na 'loggia' |
Acima, sala de música (com piano que teria pertencido à mãe de BM) e teto por ele pintado.
Ao lado, sua sala de visitas era aberta à comunidade local no dia da Festa de Santo Antônio, que ele celebrava oferecendo a tradicional festa junina, embora não fosse religioso.
A coleção de arte sacra brasileira, na sala de visitas |
Acima, tronco de árvore fossilizado, com muitos milhares de anos; a superfície ao toque é macia como mármore.
Ao lado, diferentes incidências do sol numa curiosa planta peluda, que mais parece um personagem de filme de fantasminha.
Em um terraço coberto, a melhor inspiração da arquitetura
moderna no painel e águas, muitas águas a seu redor, cascateando...
.
Do teto do terraço coberto cai uma parede de água, que, dependendo do ângulo de visão, soma-se às bicas de pequena represa compondo um
conjunto de quedas d'água artificialmente dispostas, de belo efeito.
A água brota da terra, neste ponto, por pressão natural e o Artista moldou o lago a seu redor. Nas fotos menores, efeitos do sol no chafariz e reflexos de seu frescor à distância. |
Outras plantas, cuidadosamente escolhidas, encantam o
olhar...
Esta, ao lado, com as pontas alaranjadas, tornou-se o logotipo do sítio.
Ao lado, a espécie de samambaia mais antiga da Terra. Acima, a planta de cujas folhas se faz o chapéu panamá.
Enquanto isto ascendemos ao novo ateliê do artista, na eminência do terreno, que ele não chegou a usar.
O tom rosado do ateliê é dado por sua varanda.
As colunas que os sustentam foram desmontadas de um prédio antigo da Lapa e trazidas para o sítio onde foram remontadas.
Todo cercado de diversos tipos de palmeiras, o ateliê - que seria um espaço de práticas artísticas, aulas e exposições - é uma esplêndida conjugação de maestria artística e diversidade da natureza.
Nesta outra casa, as múltiplas facetas de BM são uma expressão suprema de seu talento.
A longa varanda do ateliê com cortinas de bambuzinhos para modular o sol e estátua ao fundo |
'Cristo dos Afogados' , trabalho de um artista nordestino baseada em fatos reais |
No amplo espaço do Ateliê,
um piano e um lustre feito de
garrafas PEt por BM
Abaixo, sala com as tapeçarias do Mestre.
À medida que vamos voltando ao ponto de origem, variadas perspectivas do jardim vão-se descortinando ante nossos olhos...
Vão-se sucedendo paisagens naturais... |
...em que os contornos estudados das águas ... |
...e das plantas dentro delas... |
... e das raízes aéreas que as circundam... |
... e dos caminhos que as dividem... |
..perfeitamente integram-se às rochas e às cores . |
... de folhagens e de flores ... |
.. até voltarmos ao portão de entrada onde uma composição de verdes e rubros, em múltiplos recortes se despede de nós...
A lojinha tem algumas sugestões interessantes, como os
livros abaixo ...
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