sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

A Árvore e a Lagoa na passagem do Ano


Dois ícones míticos carregados de significado se combinam, nesta época do ano, no Rio de Janeiro: a Árvore, representação da identidade humana e sua capacidade de ascese a partir da força de impulsão da seiva nas raízes; e o Lago como espaço de concentração, protegido das asperezas marítimas, da água que nutre, envolve, assimila e dissolve as diferenças.

A árvore em construção no lago
A partir daí, o engenho humano, em sua versão carioca, adapta estas variáveis aos símbolos universais de renovação e renascimento do Natal e do Ano Novo.


Prenunciando seu papel de anfitriã em eventos internacionais em 2014 e 2016, nossa Árvore no Lago este ano estende este convite a nossos futuros hóspedes.  


O tema da Árvore é “Todos os Natais do mundo”. Os jogos de luzes começarão no Outono. Uma base de lâmpadas em tons de verde, com detalhes de galhos de árvores, simulará a queda das folhas, comum a essa estação do ano. Em seguida, a Árvore ganhará uma tonalidade totalmente branca, representando o Natal nos países que comemoram a data no Inverno. Nesse momento, um efeito simulará a neve caindo, com um incrível jogo de luzes.

A Primavera chegará por luzes amarelas, ganhando flores coloridas, em efeito 3D, como se fosse mesmo um jardim brotando. No Verão, época em que nós, brasileiros, celebramos a data, a Árvore ganhará tons de amarelo com brilho solar. Bolas coloridas de diversos tamanhos darão vida à decoração natalina, quando a maior árvore de Natal flutuante do mundo ganha, pela primeira vez, uma base iluminada, representando uma toalha de mesa rendada como apoio.  

Para ver o layout, que detalha a sucessão das estações:






Feliz Ano Novo, 

Amigos Cariocas da Montanha

e

"Aquele Abraço!"

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

O Espírito do Natal é um elfo invisível...


... que se revela nos detalhes da Sutileza. Se teu Vizinho anda triste, perdeu um ente querido, sofreu um revés ou adoeceu no ano que finda divide com ele os teus sininhos da Alegria. Empresta-lhe um pouco de entusiasmo e confiança na Vida. Este é o Compartilhar Natalino, o único que conta, aquele que permanece quando o sabor da ceia se esqueceu da boca e o eco dos hinos se extinguiu nas línguas.


Obrigada a meus Vizinhos de Alma e Feliz Natal a todos!  

sábado, 15 de dezembro de 2012

Camões ao sol



No centro da cidade, na canícula inclemente deste verão tenebroso! Não há escape, não há alívio!


De repente, um largo e à sua direita, um belo edifício fugido da Renascença.


E um bardo ao sol, impávido colosso da Literatura da Língua Portuguesa!

Por que não entramos? Ah, quantas vezes por aqui passamos e pensamos: “Um dia...” O dia é hoje.
E na sombra e no frescor, flashes rápidos de turistas apressados e alguns leitores de verdade, aproveitando as vastas referências do catálogo 


.... e a mesa de revistas europeias disponíveis.





Demoremos o olhar nos detalhes arquitetônicos...

Nas estantes finamente rendilhadas 


E no relicário que parece um confessionário saído de um mosteiro...




E na edição – uma das primeiras – do Lusíadas que todos conhecemos ao menos das referências escolares. 

Ó Casa dos Pais da Pátria Amada, também és nossa morada... 
 Ver mais no site do Real Gabinete Português de Leitura:

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Arte no Faroeste


A Barra ainda parece ‘so far way’, rumo Oeste no mapa, para muitos Cariocas...  Declara-se votada à defesa da uma qualidade de vida em que valores familiares ditam escolhas sensatas como a do convívio com “espaços amplos na Natureza para a criançada brincar...” Indubitavelmente, há este tipo de Beleza na Barra...


Os espíritos mais críticos enfatizam, sobrepondo-se a tal calmaria, a existência de shoppings demais e de excessivas praças de alimentação e áreas de diversão protegidas para os pequeninos enquanto os mais grandinhos se empanturram de compras.  

 E a Arte, tão apreciada aquisição civilizatória nas plagas mais ao sul e ao centro? Como se insere neste panorama?

Existe Lá um lugar, que, de saída, já cumpre a função essencial da Arte nos surpreendendo pelo inesperado – e tão característico! – de ter sido montado em um antigo estande de vendas, denominado a partir de agora Espaço Cultural Península. 

Batizada de China Revelada, a mostra é constituída por 600 itens, entre eles porcelanas produzidas durante o período em que a dinastia Ming reinou no país asiático, de 1368 a 1644.  

As peças — que não estão à venda — fazem parte da coleção particular do empresário Carlos Fernando de Carvalho, de 88 anos, dono da construtora Carvalho Hosken.
 Vale a pena assim a travessia dos muitos túneis...

China Revelada. Espaço Cultural Península. Avenida Flamboyants, 500 (Península), Barra. Quinta a sábado, 14h às 21h; domingo, 10h às 21h. Grátis. Até 18 de dezembro.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Fragmentos poéticos do cotidiano: Pré-verão, 2012


O verão se acerca e, na cidade, os prédios proíbem a brisa e o calor pasteuriza a seiva mais vibrante, inclusive as importadas de seus recessos campestres, na tentativa de amainar-lhe o furor.  As flores fenecem tão rápido... Oh, remorso de tê-las colhido! 
 Mas pareciam tão fartas, infinitas, granizo azul picotando o verde,  nos canteiros úmidos da serra...



Manacá do campo furtado a seu regaço
Casual perfeita beleza envolta em matagal
Quase invisível ao olhar e ao olfato



Lacera-me o coração o realce efêmero à sua formosura
Em vaso de cristal, entre tomos e retratos,
Na sala quadrada vedada ao orvalho e à chuva




Que capricho meu o colheu
Não lhe deixou o fenecer lentíssimo      
Lá mesmo onde nasceu.






Perdoa e me prova a perenidade do seu ser   
Ao se fazer motivo para esta poesia
Revivendo, assim, a cada um que a reler ...