Chega à nossa notícia que hoje termina a temporada no Rio de uma
‘pequena sonata cênica’ que, aqui e em New York (2010), foi muito bem recebido por
crítica e público: Freud, a última sessão
de Mark St. Germain.
Depois de transitar , sempre brevemente, por diversas
salas, é no teatro da Maison de France
que esta nossa "última sessão" se dará hoje às 19 hs. Tomara que ainda ressurja
por nossas plagas.
Freud, a última sessão
é o tipo de peça intimista e plena de sutilezas de um “teatro de Câmara” à
margem – no melhor dos sentidos possível – da maioria dos espetáculos comerciais, em que emoção (frequentemente histérica) na interpretação é
confundida com espalhafato.
Cenário da versão novayorkina - no Little Theater |
A palavra da Decana:
barbara heliodora
o globo | 20:39h | 05.dez.2012
O bom embate intelectual de dois
(Trata-se de ) um texto sobre o
encontro, em 1939, no dia em que a Inglaterra declarou guerra à Alemanha
nazista, de Sigmund Freud e C.S.Lewis, que pode ter acontecido (ou não) e no
qual é debatida a existência (ou não) de Deus. Não é só disso que eles falam.
Temas recorrentes da psicanálise, assim como a assustadora realidade da guerra,
estão presentes. Mas o cerne da ação se dá no ponto em que essas duas grandes
potências intelectuais são diametralmente opostas: a fé e a influência da
religião sobre a vida do homem. O maior mérito do texto de Mark St. Germain
(bem traduzido por L.G. Bayão) é o de não fazer nenhum de seus dois
protagonistas enveredar por um nível de profundidade impossível no diálogo de
pouco mais de uma hora entre dois homens de imensa integridade intelectual, em
um único encontro; isso não quer dizer que os dois não levem a sério o que
dizem, e o texto fica enriquecido tanto pelo respeito mútuo quanto pelo humor,
que é muito bem dosado.
Cenário da versão carioca |
A encenação é simples. O cenário de José Dias, muito agradável, evoca algo da
casa, em Londres, onde o refugiado Freud tem seu escritório, inclusive o
histórico divã para os analisandos, com gosto e com espaço para os atores, e
são corretos os figurinos de Kiara Bianca, tudo muito bem iluminado por Aurélio
de Simoni. Marcelo Alonso Neves é responsável pela música, e Sueli Guerra, pelo
movimento. A direção de Ticiana Studart acompanha bem a intenção do texto,
respeitando bem os limites desse suposto (ou não) encontro entre dois homens de
notável biografia.
Atores defendem bem papéis
O elenco é composto por Leonardo Netto e Helio Ribeiro, que têm de realizar seus trabalhos a partir de premissas diversas: a figura do criador da psicanálise é mais do que conhecida, enquanto a do notável professor/escritor é totalmente desconhecida; nisso está, sem dúvida, a composição segura e cheia de detalhes de Freud, em contraste com a maior timidez e indefinição de Lewis. Com isso Leonardo Netto tem um trabalho bom, mas um pouco menos satisfatório do que a composição de Helio Ribeito. Mas de modo geral ambos defendem bem seus personagens, e o diálogo que estabelecem em “Freud — A última sessão” é um espetáculo interessante como conteúdo, que faz pensar e, ao mesmo tempo, diverte.
Atores defendem bem papéis
O elenco é composto por Leonardo Netto e Helio Ribeiro, que têm de realizar seus trabalhos a partir de premissas diversas: a figura do criador da psicanálise é mais do que conhecida, enquanto a do notável professor/escritor é totalmente desconhecida; nisso está, sem dúvida, a composição segura e cheia de detalhes de Freud, em contraste com a maior timidez e indefinição de Lewis. Com isso Leonardo Netto tem um trabalho bom, mas um pouco menos satisfatório do que a composição de Helio Ribeito. Mas de modo geral ambos defendem bem seus personagens, e o diálogo que estabelecem em “Freud — A última sessão” é um espetáculo interessante como conteúdo, que faz pensar e, ao mesmo tempo, diverte.
Bottom oferecido com brinde à saída do espetáculo em NY |
- documentário premiado apresentado pelo GNT -
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