sábado, 22 de fevereiro de 2014

Blocos de rua e máscaras

Já começou a época dos blocos de rua, atrapalhando o trânsito dos não aficionados (ver horários e locais dos blocos abaixo) e elevando os espíritos dos que o são...



Em tais épocas de balbúrdia popular e imersão deliberada no anonimato da massa pululante, uma das opções alternativas é revisitar outras dimensões simbólicas das fantasias carnavalescas (quiçá em parte preservadas nos blocos?)   




Que tal nos determos um pouco, hoje, nas máscaras, que alcançaram seu auge nos Carnavais de Veneza? Podiam ser pequenas obras de arte e o intuito de proteger a identidade tornou-se desnecessário em tempos de liberação geral das paixões...






Mas não o requinte dos luxos que lhes serviam de invólucros...



... ou o desejo dos disfarces que  mesclam panos
e pele 




Os personagens originais são egressos da Commedia Del’Arte italiana e tem bem estabelecida hierarquia entre si. Quem não se lembra do Pierrot, do Arlequim ou da Colombina?

Na competição amorosa a esfuziante máscara colorida venceu aquela tristonha, preta e branca 

 



Ver mais sobre este enredo clássico em:

Dentre os animais-protagonistas da Commedia Dell’Arte, o Gato desempenhava papel importante. 






Mais sobre as máscaras de Veneza em: 







Por outro lado, a literatura também ama as máscaras. Delas são temas recorrentes:

As divergências entre as verdades da face e aquelas de suas máscaras... 


... a esperança de que o rosto se impregne da beleza do seu duplo enfeitado ...


 ...e os receios de que, uma vez dele despido, tal rosto já não exista ...


Belas fotografias devaneiam em torno deste tema...



Ver mais em:



 Mas das máscaras, voltemos ás informações prometidas para os foliões:  


 Comentários simpáticos às escolhas de blocos de acordo com preferências de estilo carnavalesco de cada um estão em:



E assim, enquanto alguns brincam,                                 

outros se esgueiram de fininho dos folguedos... 



... no estilo do personagem felino...

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Casa Daros

A grandeza neoclássica de uma das joias arquitetônicas de Botafogo  foi restaurada pelo instituto suíço de arte Casa Daros, após um trabalho minucioso que levou sete anos e custou R$ 67 milhões.  
Desenhado pelo arquiteto Joaquim Bethencourt da Silva (1831-1912), e já tendo sediado a Santa Casa da Misericórdia, o prédio possui 11.000 metros quadrados nos dois andares. 
Ocupando quase um quarteirão, permite estacionamento ao longo de toda a área, em especial nos fins de semana, o que facilita seu acesso.

O piso superior abriga inúmeras salas expositivas interligadas, com antigas longas persianas de madeira da janela nos corredores e arcos bem posicionados dividindo-interligando espaços.  O magnífico pátio externo é alinhado pelas palmeiras imperiais. 

No pátio interno, em uma das fachadas, elas ressurgem além-muros emoldurando de tradição o contraste arquitetonicamente interessante com os arranha-céus que circundam o quarteirão. 
A Casa Daros representa um espaço de exposição ultra-moderno e chic (os organizadores estão evitando o termo “espaço cultural” ou “museu” para descrever o local), antenado com as tendências neste sentido de Nova York e Londres. Seu foco principal é a arte contemporânea da América Latina.  

A atual exposição principal,  "Le Parc Lumière - Obras Cinéticas de Julio Le Parc" leva o universo mágico do artista argentino para o edifício no bairro de Botafogo. Nascido em 1928 na Argentina, e radicado em Paris desde 1958, Julio Le Parc é um dos pioneiros da arte cinética. As obras do artista revelam um dos aspectos mais importantes para ele, a preocupação com as alterações da luz.   

 A maioria das trinta peças presentes na exposição foram criadas nos anos 1960 e em meio ao trânsito dos visitantes em quase absoluta escuridão,  formam uma grande sinfonia de luz em movimento dentro da instituição. Vale a pena deter-se, nos numerosos assentos para tal dispostos na obscuridade ( às vezes difíceis da achar), para observar o jogo das luzes. 




 Diferentes ângulos são sugeridos para apreciá-los, inclusive, a partir de  um amplo colchão central em um dos aposentos de onde , deitado, o espectador observa o jogo de luzes no teto. 


Há também algumas peças interativas, onde, uma vez um botão pressionado, bolas e fitas se movem – a luminosidade flutua ante nossos olhos, em seus mais efêmeros contrastes.
  




 Ver mais sobre Le Parc em :



 A Casa Daros também apresenta de 2 de dezembro até o dia 9 de março uma exposição de Pablo Helguera, “Artoons“, que tem entrada franca e fica no nível térreo do edifício.



Nesta mostra estão expostos cerca de 40 cartoons que satirizam o circuito de arte ; espalhados, ampliados e adesivados em vinil, ocupam o pátio interno e espaços internos da Casa Daros. 

A  exposição “Artoons” faz uma sátira bem-humorada do circuito de arte e se encaixa, assim, numa pretendida atmosfera cult descontraída.  
 Para o leigo, são mais interessantes os desenhos com um cunho existencial mais amplo...


Ou aqueles mais francamente galhofeiros, como o abaixo, localizado na frente do banheiro...


Mais sobre os Artoons em:

 O andar de baixo conta com uma loja bem equipada dedicado a livros de arte e para crianças (estes, particularmente bonitos) , com posters e presentinhos de bom gosto (alguns postais merecem atenção)  e o “Mira!” é um restaurante confortável e sofisticado.

O local também possui um grande ateliê onde abrigará oficinas e sessões familiares de criatividade aos fins de semana, com um  auditório com foco em exibição de filmes e debates.

Enfim , um destes lugares agradáveis de circular, em espírito de civilidade e cultura, com segurança e excelente ar condicionado! 
Para mais detalhes , consultar o site: http://www.casadaros.net/index_rio.php?i=1135



  



quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

O Horóscopo dos Cariocas da Montanha: Aquário

 Signo da força nutriz da intelectual ousadia 


O aguadeiro repousa de sua busca erradia
Se no aconchego da água faz meiga moradia

Estátua da aguadeira no Jardim Botânico 



sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

A grande ausente deste verão

Diante de um Redentor que se confessa exausto e suado 


... solicitam  os turistas, no Rio, pelo calor intenso esgotados!  

Nós, a fauna local, apenas miramos o céu, em suplício resignado... 

domingo, 2 de fevereiro de 2014

ALERTA aos viajantes em rota para o Rio: FUJAM !!!!

Como legítimos cariocas da montanha, é nosso dever fazer saber aos viajantes  desavisados que o amorável Rio azul e verde, neste verão, foi invadido pelas Hostes Infernais, rubras e amarelas. A saudação que os aguarda – turistas renitentes – é a do cartaz abaixo.


Trata-se de uma nova estação do ano, segundo o aviso: 

O Rio está sendo a cidade-piloto para as experiências mais satânicas quanto ao aquecimento global.


Até os capetinhas de plantão se preparam antes de vir nos infernizar a vida!

 Incauto turista, infeliz viajante, sua sina, na praia, será a de churrasquinho dos diabos em férias...


 E não adianta tentar descer ao submundo, em busca de alívio, lá gente boa do Rio não entra!   

   

Bem, quem avisa amigo é! Se insistirem, não reclamem das consequências !!!!