A grandeza neoclássica
de uma das joias arquitetônicas de Botafogo foi restaurada pelo instituto suíço de arte
Casa Daros, após um trabalho minucioso que levou sete anos e custou R$ 67
milhões.
Desenhado pelo arquiteto
Joaquim Bethencourt da Silva (1831-1912), e já tendo sediado a Santa Casa da Misericórdia, o prédio possui 11.000 metros
quadrados nos dois andares.
Ocupando quase um quarteirão, permite estacionamento ao longo de toda a área, em especial nos fins de semana, o que facilita seu acesso.
O piso superior abriga inúmeras salas expositivas
interligadas, com antigas longas persianas de madeira da janela nos corredores
e arcos bem posicionados dividindo-interligando espaços. O magnífico pátio externo é alinhado pelas
palmeiras imperiais.
No pátio interno, em uma das fachadas, elas ressurgem além-muros emoldurando de
tradição o contraste arquitetonicamente interessante com os arranha-céus que
circundam o quarteirão.
A Casa Daros representa
um espaço de exposição ultra-moderno e chic (os organizadores estão evitando o
termo “espaço cultural” ou “museu” para descrever o local), antenado com as
tendências neste sentido de Nova York e Londres. Seu foco principal é a arte contemporânea da América Latina.
A atual exposição principal, "Le Parc Lumière - Obras Cinéticas de
Julio Le Parc" leva o universo mágico do artista argentino para o edifício
no bairro de Botafogo. Nascido em 1928 na Argentina, e radicado em Paris desde
1958, Julio Le Parc é um dos pioneiros da arte cinética. As obras do artista
revelam um dos aspectos mais importantes para ele, a preocupação com as
alterações da luz.
A
maioria das trinta peças presentes na exposição foram criadas nos anos 1960 e
em meio ao trânsito dos visitantes em quase absoluta escuridão, formam uma grande sinfonia de luz em movimento
dentro da instituição. Vale a pena deter-se, nos numerosos assentos para tal dispostos na obscuridade ( às vezes difíceis da achar), para observar o jogo das luzes.
Diferentes ângulos são sugeridos para apreciá-los,
inclusive, a partir de um amplo colchão central em um dos aposentos de onde , deitado, o
espectador observa o jogo de luzes no teto.
Há também algumas peças
interativas, onde, uma vez um botão pressionado, bolas e fitas se movem – a
luminosidade flutua ante nossos olhos, em seus mais efêmeros contrastes.
Ver mais sobre Le Parc em :
A Casa Daros também apresenta de 2 de
dezembro até o dia 9 de março uma exposição de Pablo Helguera, “Artoons“, que tem entrada franca e fica no nível térreo do edifício.
Nesta
mostra estão expostos cerca de 40
cartoons que satirizam o circuito de arte ; espalhados, ampliados e
adesivados em vinil, ocupam o pátio interno e espaços internos da Casa Daros.
A exposição “Artoons” faz uma sátira bem-humorada do circuito de arte e se encaixa, assim, numa pretendida atmosfera cult descontraída.
A exposição “Artoons” faz uma sátira bem-humorada do circuito de arte e se encaixa, assim, numa pretendida atmosfera cult descontraída.
Para o leigo, são mais interessantes os desenhos com um cunho existencial mais amplo...
Ou aqueles mais francamente galhofeiros, como o abaixo, localizado na frente do banheiro...
Mais sobre os Artoons
em:
O andar
de baixo conta com uma loja bem equipada dedicado a livros
de arte e para crianças (estes, particularmente bonitos) , com posters e presentinhos de bom gosto (alguns postais merecem atenção) e o
“Mira!” é um restaurante confortável e sofisticado.
O local também possui um grande ateliê onde abrigará oficinas e sessões familiares de criatividade aos fins de semana, com um auditório com foco em exibição de filmes e debates.
Enfim , um destes lugares agradáveis de circular, em espírito de civilidade e cultura, com segurança e excelente ar condicionado!
O local também possui um grande ateliê onde abrigará oficinas e sessões familiares de criatividade aos fins de semana, com um auditório com foco em exibição de filmes e debates.
Enfim , um destes lugares agradáveis de circular, em espírito de civilidade e cultura, com segurança e excelente ar condicionado!
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