segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Casa Daros

A grandeza neoclássica de uma das joias arquitetônicas de Botafogo  foi restaurada pelo instituto suíço de arte Casa Daros, após um trabalho minucioso que levou sete anos e custou R$ 67 milhões.  
Desenhado pelo arquiteto Joaquim Bethencourt da Silva (1831-1912), e já tendo sediado a Santa Casa da Misericórdia, o prédio possui 11.000 metros quadrados nos dois andares. 
Ocupando quase um quarteirão, permite estacionamento ao longo de toda a área, em especial nos fins de semana, o que facilita seu acesso.

O piso superior abriga inúmeras salas expositivas interligadas, com antigas longas persianas de madeira da janela nos corredores e arcos bem posicionados dividindo-interligando espaços.  O magnífico pátio externo é alinhado pelas palmeiras imperiais. 

No pátio interno, em uma das fachadas, elas ressurgem além-muros emoldurando de tradição o contraste arquitetonicamente interessante com os arranha-céus que circundam o quarteirão. 
A Casa Daros representa um espaço de exposição ultra-moderno e chic (os organizadores estão evitando o termo “espaço cultural” ou “museu” para descrever o local), antenado com as tendências neste sentido de Nova York e Londres. Seu foco principal é a arte contemporânea da América Latina.  

A atual exposição principal,  "Le Parc Lumière - Obras Cinéticas de Julio Le Parc" leva o universo mágico do artista argentino para o edifício no bairro de Botafogo. Nascido em 1928 na Argentina, e radicado em Paris desde 1958, Julio Le Parc é um dos pioneiros da arte cinética. As obras do artista revelam um dos aspectos mais importantes para ele, a preocupação com as alterações da luz.   

 A maioria das trinta peças presentes na exposição foram criadas nos anos 1960 e em meio ao trânsito dos visitantes em quase absoluta escuridão,  formam uma grande sinfonia de luz em movimento dentro da instituição. Vale a pena deter-se, nos numerosos assentos para tal dispostos na obscuridade ( às vezes difíceis da achar), para observar o jogo das luzes. 




 Diferentes ângulos são sugeridos para apreciá-los, inclusive, a partir de  um amplo colchão central em um dos aposentos de onde , deitado, o espectador observa o jogo de luzes no teto. 


Há também algumas peças interativas, onde, uma vez um botão pressionado, bolas e fitas se movem – a luminosidade flutua ante nossos olhos, em seus mais efêmeros contrastes.
  




 Ver mais sobre Le Parc em :



 A Casa Daros também apresenta de 2 de dezembro até o dia 9 de março uma exposição de Pablo Helguera, “Artoons“, que tem entrada franca e fica no nível térreo do edifício.



Nesta mostra estão expostos cerca de 40 cartoons que satirizam o circuito de arte ; espalhados, ampliados e adesivados em vinil, ocupam o pátio interno e espaços internos da Casa Daros. 

A  exposição “Artoons” faz uma sátira bem-humorada do circuito de arte e se encaixa, assim, numa pretendida atmosfera cult descontraída.  
 Para o leigo, são mais interessantes os desenhos com um cunho existencial mais amplo...


Ou aqueles mais francamente galhofeiros, como o abaixo, localizado na frente do banheiro...


Mais sobre os Artoons em:

 O andar de baixo conta com uma loja bem equipada dedicado a livros de arte e para crianças (estes, particularmente bonitos) , com posters e presentinhos de bom gosto (alguns postais merecem atenção)  e o “Mira!” é um restaurante confortável e sofisticado.

O local também possui um grande ateliê onde abrigará oficinas e sessões familiares de criatividade aos fins de semana, com um  auditório com foco em exibição de filmes e debates.

Enfim , um destes lugares agradáveis de circular, em espírito de civilidade e cultura, com segurança e excelente ar condicionado! 
Para mais detalhes , consultar o site: http://www.casadaros.net/index_rio.php?i=1135



  



Nenhum comentário:

Postar um comentário