Salvador Dalí tornou-se mais conhecido pela extravagância de sua conduta do que pela obra, célebre, entretanto, nos anais do surrealismo. A excelente exposição sobre seu trabalho - no qual, segundo os códigos de já aproximar os rumos da arte e da midia (através, em especial, do cinema) do início do modernismo, seus vários talentos artísticos se entrelaçam - em curso no CCBB , no Rio, acompanha esta trajetória. Na falta de um catálogo à venda, pecamos talvez por didatismo ao reproduzir as explicações vizinhas a alguns quadros, nesta postagem, suprindo assim uma lacuna da boa seleção feita pelos curadores.
No início de seu percurso:
A irmã Anna Maria Dalí - entre 1920-1925 |
Dali ingressa na arte moderna pelas portas do cubismo:
No detalhe, a figura de Freud é expressiva da forte ligação entre os surrealistas e a psicanálise |
Outra faceta que Dalí nos apresenta é a do o ilustrador e mesmo escritor em ensaios, revistas, livros, sempre sob a égide do surrealismo, impregnado fortemente da parceria com a psicanálise. Filia-se também à tendência de releituras contemporânea dos clássicos nas artes literárias e das imagens, reinterpretando-os à luz do estilo da 'nova época ' de que é um dos personagens paradigmáticos.
Hamlet |
Avião de carne |
Um dos muitos D. Quixotes de Dalí |
Em outra sala contígua, retratos, capas de revistas e propagandas do 'Gênio' cujo alter-ego de anjo ou de moleque é exibido semi-oculto sob a porta de aço entreaberta de um cofre antigo. |
Outra fase extremamente produtiva de Dalí é em torno da 2ª guerra mundial, com muitas inovações técnico-teóricas de relevo.
O busto de Voltaire. de 1941 |
De volta aos trabalhos gráficos, uma edição primorosamente ilustrada do D. Quixote |
Duas séries de particular delicada beleza nos mereceram um tratamento similar ao de obras mais cotadas.
A das frutas:
Outras ilustrações contemplam temas mais maduros:
Ou mais leves:
Em final de carreira, Dalí continua a experimentação, tendo por motivo sua eterna musa Gala...
Ou , em suas últimas obras, homenageia os Mestres do passado.
Nos fins de semana, chegando cedo, é possível estacionar em frente ao Museu e apreciar a Candelária e o céu azul do fim de inverno.
A exposição vai até 22 de setembro, a entrada é franca e o
horário é civilizadíssimo, permitindo após o trabalho, nos dias úteis, uma
soirée cultural : das 9 às 21 horas (com exceção da 3ª feira,
quando o Museu não abre).
Mais detalhes: http://culturabancodobrasil.com.br/portal/salvador-dali/
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