segunda-feira, 29 de junho de 2015

A poesia de Junho


No mês dos namorados e das festas juninas, que os opostos dentro de nós se aproximem, produzindo  invisível faísca que valorize e realce os nossos contrastes. 





quinta-feira, 25 de junho de 2015

Cinema e monotonia

Uma tarde cinzenta, uma brecha de tempo, a procura (pouco habitual na rotina de quem prefere ver os filmes nas telas de DVD domésticas) de uma sala de cinema - a maioria fechada no horário da tarde, por compreensível falta de público, em tempos internéticos.

No Museu da República, refúgio de - a princípio - erradias mentes inteligentes, um filme por sessão, um cartaz expõe a rarefeita oportunidade.

Um diretor consagrado, um elenco de elite e um filme europeu....

Tudo para desfazer um pouco a bruma do cotidiano pesado.

Certo? Errado !

Na plateia quase vazia, conseguia-se o prodígio das conversinhas paralelas dignas de matinês infantis






Quanto ao conteúdo do filme, por mera curiosidade, registre-se a opinião - corretíssima - da crítica especializada:

André Téchiné está mais interessado em processos do que resultados, e, não por acaso, seu filme soa desequilibrado, concentrando-se na maior parte do tempo no cenário em que um possível crime ocorreu do que em seus desdobramentos. (CINE WEB)
De Pierre Murat (TELERAMA)
Téchiné filma personagens que parecem girar em torno de si mesmos, sem poder se encontrar. [...] Resta o processo final, inútil e fraco. Guillaume Canet, estranhamente maquiado, beira o ridículo.
Clément Graminiès (Critikat com)
O luto impossível de uma mãe deveria marcar o filme e encorajar o diretor a tomar partidos claros, distanciando-se da prudente neutralidade que visa a "parecer verdade", enquanto quase todas as cenas (e particularmente a última parte, no tribunal) parece falsa.
Jonathan Romney
Essa fábula de riqueza, paixão e (talvez) assassinato, executada com requinte visual, mas um roteiro indeciso, lembra uma minissérie de TV antiquada, mal executada e menos inteligente que os melhores filmes de Téchiné.(Screen International )

Nossa discordância foi, porém, com o final da opinião de Ruy Gardnier (O Globo)
Téchiné tem o mérito de dar real consistência dramática a um modelo típico de história “baseada em fatos”, mas parece se contentar fácil demais com o ritmo morno da narrativa e com o carisma natural dos personagens. Em todo caso, antes um bom cineasta acomodado do que um espertinho farsante.

Não, senhor! Antes uma divertida sessão da tarde, sem maiores pretensões estéticas, no conforto do lar, do que uma confirmação, melancólica, da agonia do cineminha vespertino na solitária sala de espetáculo !


segunda-feira, 22 de junho de 2015

Os dias e as horas

Dias festivos coalham os calendários. É fácil achar um para cada semana e quase todos passíveis de uma especulação poética, em sintonia com  nossos interesses pessoais, que preencha os requisitos da 'noblesse oblige' leve e otimista que pretendemos seja ser a postura pública de nosso blog. Qual o fundo de pano constante à multiplicidade de paisagens da existência, assim,  mantemos  - com intervalos de maior retração - o compromisso com  a  Vida pautada em resistência diante do sofrimento e da sua transformação em coragem e vigor



Mas as horas... as longas horas de tristeza, de perdas, de decepções, de desafios que nos soam exagerados a nossas condições de resolvê-los acumulam-se como vagas atordoantes, às vezes. Consomem a nocao mesma de dias, pois a sufocam em sua voracidade significativa. Há que tolerá-las uma a uma, com a dignidade e atividade viáveis, à espera de seu término ou de sua interrupção. Há que ter esperança em desvencilhar-se do torpor e despertar do continuado pesadelo...

Ou, como diríamos, implorando a reversao de expectativa penosa naquela amena e na linguagem ligeira, suave e otimista da Internet...









sexta-feira, 12 de junho de 2015

Dia dos namorados

'Namorado', 'namorada', conceito tão antigo!

Em nossos tempos de paixões sem ressalvas e sexualidade totalmente liberada  parece se aplicar quase que apenas...


...às experiências meigas das crianças...







... ou à brincalhona ternura de  um casal velhinho.



Mas , não, em qualquer idade, a essência do namoro está preservada onde houver negaceio hesitante ante a plena entrega, pudor da intimidade de almas  e toques conscientes de seu alcance só à  fímbria do corpo...


... além da visceral esperança de um ombro verdadeiramente amigo ante a indiferença e a dureza do mundo!


sexta-feira, 5 de junho de 2015

Dia da Natureza

A pletora de datas festivas ajuda a manter amena e fiel a indispensável conversação com o outro em tempos mingados de alegrias privadas...


E obrigada à existência de parques e jardins em zonas urbanas. Por alguns instantes, enquanto os percorremos, tudo ao redor se suaviza e ganha verdes contornos de esperança.