sexta-feira, 29 de julho de 2022

Resiliência floral

 Alguns indivíduos - e nesta categoria incluo cada espécime de ser vivo - são mais resilientes a difíceis condições de existência - pontuais ou persistentes - ao longo de sua mais longa ou mais curta vida.

Na janela do quarto dos fundos da minha casa, sempre tive algumas florezinhas resistentes  que por muitos anos vinham  aguentando as condições mais severas de temperatura naquele parapeito intensamente banhado pelo sol. Em meio a dois cactos de verdade  e três de cerâmica  eram uma fileira inteirinha. de petalazinhas laranja ou amarelas, cinco ou seis vasinhos . Eu sempre as podava e replantava quando preciso .  Quando uma ou outra perecia, malgrado estes cuidados, sua substituta comprada em mercado se mantinha apenas enquanto durava  a floração com a qual viera e depois murchava e morria  . 

Sua época  de floração é no inverno. E ao limpar o parapeito, nestes dias, jogando fora algumas plantinhas mortas, descubro que uma de minhas veteranas continua lá, firme e forte.   

É uma plantinha modesta, que mal mereceria uma citação breve em um registro de plantas decorativas.  Mas como sua resiliência enche meu coração de alegria !!! 






domingo, 24 de julho de 2022

Acerca dos progressos céleres da Visão a laser

 Enquanto me inspirava nos pulos da minha gata (ver postagens anteriores) para não deixar de registrar, aqui,  uma disposição mais animosa ante meu cansaço e meu enfado,  passei - dentre outras atribuições, tudo 'pra ontem' - dois meses me preparando para uma pequena cirurgia. Ou seja  constrangida  no tempo e no espaço,  pipoqueando entre muitas  clínicas oftálmicas pela cidade,  fazendo exames, consultas e tomando decisões sobre uma inevitável operação de catarata.  

Já esgotei o  prazo de renovação de minha carteira de motorista, papeleta indispensável a meu trânsito no mundo,  não dava mais para adiar . 

Tenho de reconhecer os benefícios tecnológicos do laser na cirurgia.  Incontestáveis progressos da Ciência, filha dileta da elaboração de feição urbana.  Sei que alargo, valorizando  esta 'benesse,'  minha visão holística das interações indispensáveis ao meu bem estar nos diversos espaços onde habito.


 Mesmo sendo tão avançada a cirurgia, o médico tão preparado, as instalações tão confortáveis, o pós operatório continua um pouco desgastante . Estou nos últimos dias de suas restrições. Depois, é retomar as obrigações por aqui . Antes do que que eu quisera. O impacto simbólico de mexer no seio de meus olhos ainda não foi totalmente absorvido. 

Convalescença pede um tempo , por mais eficazes que sejam as novas intervenções na saúde do corpo. Minha vida na cidade não me concede o sossego de que preciso. ..

A  Alma ainda está um perdida dos benefícios graduais de uma Visão em parte restaurada . Ainda um   pouco atônita e estranhando a mudança de padrões da miopia para a vista cansada.

Fantasio alguns dias de preguiça justificada, refeições servidas na cama, um pouquinho só de leitura, outro tanto vendo algo de boa qualidade (ambição rara !) na tevê, um tico de bordado, outro de buraco on line,  a contemplação sem qualquer pressa, do oscilar dos galhos da árvore na janela em frente a meu quarto (pulo de macaco ou erguer vôo de passarinho ?) , talvez conversa fiada longa com amigos ao telefone....

Mas uma operação com recuperação relâmpago serve bem à busca de eficiência sem arrego da retomada célere do  cumprimento de obrigações cotidianas, profissionais, bancárias etc etc .   

E é final de domingo e a " semana útil"  amanhã recomeça...  




terça-feira, 19 de julho de 2022

O outro pulo da gata

 Morgana continua me espicaçando para seguirlhe os exemplos de ousadia...

Anda em um surto invulgar de inesperada energia ... 

Hoje, eu a vislumbrei no nosso 'jardinzinho do quintal'.  Ou seja,  entre os vasos à guisa de canteiros que vedam minha área de serviço do olhar dos vizinhos. 





E quão alegremente - embora de seu estável pouso no mármore fresco -  ela , com a cabecinha atenta, seguia o vôo dos passarinhos !!! 

terça-feira, 12 de julho de 2022

O pulo da gata

 Tenho estado aprisionada no Rio, envolta ainda  na dolorosa tarefa de desmanchar casa de mãe e em outras peripécias urbanas um pouquito assustadoras,  que depois detalho. 

Às vezes penso que já passei a idade do vigor para cumprir tantas exigências ao mesmo tempo . 

Aí, de repente, minha gatinha Morgana, que já tem dez anos e vive só se revezando entre sofás e cama,  resolve dar um pulo para o alto do móvel da sala, direto do chão !

Reativou uma potência , inscrita, atemporalmente,  nos profundezas de seus genes e talvez dela própria inesperada ! 


Se ela pode, eu também posso !!!!