Com a melhora do calor, passeei longamente no Jardim Botânico ontem de manhã; o mais cedo possível para evitar o acúmulo de gente...
E, na alameda das mangueiras que conheço tão bem, detive-me a contemplar as fileiras de mudas plantadas há poucos anos - quando as grandes frutíferas que ali existiam feneceram por conta de uma doença e tiveram de ser substituídas.
Seus troncos e galhada são ainda tão finos ! Podadas embaixo e nos galhos que atrapalhariam o trânsito humano pela alameda, dão uma certa impressão de terem tido sua plena forma natural desvirtuada. Quando eram mais novas e baixas deixavam-nas brotar livremente ; eu adorava desviar , com os braços, sua folhagem que se desenvolvia abundante e se entrelaçava por cima da futura alameda ; eram elas e não nós as senhoras do caminho.
Agora parecem todas tão iguais, tão homogeneizadas nesta restrição de crescimento !
Sacrifício necessário para o convivência com um seu trato , sem dúvida sob alguns aspectos a elas benéfico , mas que lhes cobra sua espontânea expressão ?
Também respeitam os limites que permitem ao transeunte passar entre elas. Indago-me se teriam sido podadas de forma similar a de suas jovens companheiras muito tempo atrás . tanto tempo que após esta 'conformação' obrigatória (talvez como uma 'educação' que lhes permitisse bem sobreviver na cidade , ao invés de permanecerem rústicas como em um pomar, no campo ), puderam retomar um específico processo de individuação.