O primeiro pior mês do ano

 É janeiro. Cada ano se inicia com uma dura reintrodução na realidade comezinha cotidiana, após os escapes das Festas de seu fim .  Um dos dois piores meses do ano, a meu ver... 

Antes de tudo, o calor infernal. Nesta última semanas, choveu e refrescou, mas passamos dias E noites muito penosos, de ar condicionado ligado direto e sem poder sair na rua sequer para tarefas corriqueiras , quanto mais para caminhar. 

Depois, premente e sempre motivo de preocupação , a cobrança das grandes taxas : IPTU, IPVA, incêndio. Ocorre o aumento do salário mínimo que desencadeia o de muitos outros itens .  E todo este gasto em prol de quase nada .  Infelizmente, a corrupção e a incompetência grassam nos meios econômicos e políticos de nosso  exaurido país ; recebemos paupérrimo e deficiente retorno de todos os múltiplos impostos que pagamos - inclusive os indiretos, embutidos em cada "bem'  que compramos ou serviço prestado . 

Ao contrário de outros países  (como na Alemanha, onde os recessos escolares variam, segundo a escola  ou universidade, ao longo de alguns meses),  no  Brasil todos os estudantes tiram férias de verão no mesmo mês de janeiro.  Os outros membros de suas famílias tendem, pois, a também escolherem este mês para suas férias. Assim, hotéis e pousadas ficam lotados e os serviços são menos satisfatórios. Viajar para algum lugar onde tenhamos de pagar por hospedagem pode se tornar até traumático. 

Também o afluxo de turistas à própria Cidade - atraídos pelos eventos e shows que acham glamorosos (como o espetaculoso Carnaval) - buscando  entretenimento imediato não nos soa condizente com o que de melhor a urbs tem a oferecer. 

Pois na cidade também é um tempo de vazio de Almas Pensantes. Viajaram com suas famílias ou estão meio aturdidos pelo clima geral de distração inconsistente. nenhum projeto, nenhum lançamento de livros ou Congresso que sequer nos estimule a curiosidade mais casual. 

È claro que podemos sanar por nós mesmos este vazio. Por exemplo, estudar autores e temas um pouco abstrusos, mas que nos incitem a imaginação e nos tentem a utilizar suas originais ideias em trabalhos que estejamos planejando. 

Este tem sido meu refúgio. 

E minha linda gatinha Morgana , cochilando aos pés de minha cama, onde sempre prefiro ler e escrever a mão, é minha gentil e querida única companhia...