Realmente, eleitores conscientes e bem informados, estamos mal parados. O debate de ontem à noite entre os dois candidatos à prefeitura da nossa Maravilhosa, na TV GLOBO, só fez aumentar as dúvidas do 'menos pior' em quem votar.
De um lado, a extrema direita, a ameaça fundamentalista, um sorriso pré-fixado no rosto. o azul do céu nas declarações de Crivella de ter feito muita caridade, um quê paternalista. Mas devo confessar que acabei por simpatizar mais com ele do que com seu oponente.
A extrema esquerda à la Freixo exagerou em insistir em acusações pessoais e deixar de lado uma exposição mais afetiva, mais vinculada ao ouvinte-ser vivo, de suas propostas. Nem sempre afetividade é igual a retórica vazia. Ele insistia um pouco demais em : "Tudo isto já foi dito em nosso programa de governo " . Aliás, o tom alaranjado- perto do vermelho de sua fala rescendia muito a um apenas ligeiramente mais sofisticado populismo.
Na dúvida cruel , apelamos para a esperança de que o programa 'de um e as atitudes do outro em relação a uma causa que nos é cara, a da proteção aos direitos dos animais, nos ajudasse a uma decisão. Recorremos ao que achamos na Internet sobre o tema, que apenas reafirmou o que nos foi passado pela TV ontem.
O blog do jornal o Dia , na sessão ‘É o bicho’ !(conforme referência completa abaixo) já havia investigado as propostas dos candidatos à prefeitura do Rio para a causa animal.
O
assunto nunca foi tão discutido como agora. Muitos vão dizer que isso é uma
bobagem porque existem questões mais sérias a serem ditas, que dar tratamento
especial aos animais é um absurdo, entre outras tantas opiniões contrárias à causa
animal. Ok. Respeitar as diferenças é um dos nossos grandes desafios. Mas, é
preciso lembrar que a causa animal é também é uma questão de saúde pública,
portanto, interessa até mesmo a quem não é simpatizante da causa. Animais
soltos e doentes pelas ruas transmitem zoonoses. Além disso, são seres que
sentem dor, fome, frio, sede, amam e isso não pode ser ignorado."
Um questionário com as mesmas perguntas foi enviado pelo jornal aos mesmo tempo aos candidatos, mas nem todos
responderam, embora as questões tenham sido encaminhadas com antecedência.
A assessoria do candidato Marcelo Freixo
(Psol) respondeu - bem de acordo com sua posição geral quando indagado sobre qualquer coisa - que o jornal fosse procurar as propostas no plano de governo
dele, donde estas são reproduzidas aqui em formato diferente dos outros
candidatos. São , pois, propostas explicitadas no programa de Freixo para
a causa dos animais :
-
Transformar o Jardim Zoológico do Rio em um centro público de reabilitação,
conservação e pesquisa da fauna nativa;
-
Ampliar a rede de hospitais veterinários públicos, aumentar os centros de
esterilização e garantir programas de castração móvel no município;
-
Criar programas de acolhimento de animais resgatados de abandono e maus-tratos
e promover campanhas de adoção;
-
Criar um sistema de informações voltado para o combate aos crimes contra os
animais;
-
Proibir a eutanásia e o uso de câmaras de gás em animais sadios ou com doenças
tratáveis.
A propaganda a respeito repete o já dito no programa de Freixo a respeito , conforme cartazes em anexo.
Boas propostas mas realmente teríamos gostado de ouvir o que ele teria a dizer em plano menos teórico, respondendo às perguntas que nos pareceram mais diretamente inspiradas em questões práticas importantes para os que apreciam os animais. Esta desatenção não foi cometida por Crivella, que , assim como outros entrevistados, candidatos à prefeitura na ocasião, aceitaram participar deste diálogo mais próximo com o público interessado no tema.
As propostas de Crivella para a causa animal, respondendo
ao questionário enviado pelo jornal O Dia estão abaixo:
Marcelo
Crivella quer promover a causa animal com foco em educação ambiental. O
candidato lembra ainda que maltratar e abandonar animais é crime e quer fazer
campanhas para informar à população sobre as leis que regem a causa.
- O senhor tem projetos para a
causa animal? Quais?
O
mais importante é cumprir as leis de proteção aos animais, promover campanhas
de adoção e programas de esterilização de animais abandonados, além de muita
educação ambiental. Abandoná-los ou maltratá-los é crime federal. A primeira
missão da prefeitura é fazer uma campanha para conscientizar e alertar a
população, explicar a legislação para todos. Podemos usar nossas escolas e
contar com nossas crianças para multiplicar essa consciência em todos os lares.
Vamos também estudar outros projetos. Temos recebido sugestões para criar um
Hospital Veterinário e uma delegacia especializada. Vamos ouvir quem entende do
assunto. Espero contar com a ajuda da coluna “É o Bicho”, conhecida pelo
carinho e seriedade com os animais.
- A causa animal não é apenas
um capricho de quem gosta de bichos, mas também um problema de saúde pública.
Há muitos deles abandonados pela cidade, como no Campo de Santana, no Centro, e
no entorno de áreas mais pobres, o que coloca em risco a vida dos cariocas. O
que fazer para cuidar desses bichos?
Além
de punir quem abandona, temos que atuar na prevenção, reforçando a vigilância
nesses espaços para coibir essas ações. A Guarda Municipal, que hoje só multa,
tem que ser mais participativa no policiamento do Campo de Santana e de todas
as praças e jardins. Os animais que estão nas ruas devem ser cuidados, e a
prefeitura precisa atuar mais próxima de ONGs e entidades que já realizam esse
trabalho. Precisamos apoiar a Suipa, que sofre com atrasos no pagamento de
salários, falta de comida.
- Esse abandono é ainda maior
nas favelas, até porque os moradores não têm dinheiro para os devidos cuidados,
como a castração, que é um procedimento simples e que resolve o problema da
super população animal. No entanto, sabemos que a maioria das comunidades é
dominada pelo tráfico, violenta e, por isso, de difícil acesso. Como fazer chegar
a essas comunidades os serviços de atendimento aos animais sem colocar em risco
a vida dos profissionais?
A
prefeitura falhou ao não levar serviços essenciais a esses locais. Não levou
saneamento, não levou coleta de lixo, saúde, assistência social. Não adianta
achar que cidadania é só ação de polícia. A segurança é importante, mas tem de
ser acompanhada por outras ações. A nossa atuação nesses locais será ampla. O
combate ao tráfico deve ser feito pelo estado, pelas UPPs, para que os serviços
da prefeitura possam chegar com segurança a quem mais precisa. Entre as ações,
certamente estará essa questão dos animais.
- A prefeitura tem uma
secretaria de proteção animal que pouco faz pelo tema. Como melhorar o trabalho
dessa pasta ou acabar com ela e criar uma nova estrutura na prefeitura para
atuar na causa?
Precisamos
trabalhar com uma máquina pública enxuta. Seria precipitado da minha parte
dizer que vamos cortar essa ou aquela secretaria sem antes mergulhar nos
detalhes da real situação da prefeitura. O importante não é ter uma secretaria
cheia de cargos comissionados, mas ter um sistema que funcione efetivamente.
Precisamos, acima de tudo, ter uma política, com diretrizes e metas. E,
naturalmente, fazer de tudo para cumprir os objetivos. Na verdade, houve uma
inversão total de valores por parte do prefeito. Ele criou uma série de
secretarias para loteá-las com cargos comissionados para seus parceiros
políticos ao invés de trabalhar para resolver os problemas sobre os quais elas
deveriam se dedicar. Veja a questão da proteção do animal por exemplo. É uma
questão de natureza transversal – envolve saúde, ordem pública, educação etc. A
pessoa fica achando que sabe quem deve procurar na prefeitura para tratar do
seu problema, mas suas demandas nunca são atendidas porque as demais
secretarias (aquelas que realmente têm instrumentos para resolver os problemas)
não a tratam com a prioridade que devia.
- A Suipa tem problemas e
dívidas que se arrastam há anos, e a situação da entidade piorou agora com a
morte, em agosto, da então presidente da instituição Izabel Cristina. Como
ajudar à Suipa e também os inúmeros abrigos espalhados pela cidade, como a
Fazenda Modelo?
A
prefeitura precisa manter contato permanente com essas instituições e ajudá-las
no que estiver ao nosso alcance, sendo sempre transparente e cuidadosa com a
gestão do dinheiro público. Essas entidades têm um trabalho fantástico de
doação, de amor pelos animais. Precisam ser valorizadas e reconhecidas.
Queremos nos unir a elas. Quanto à Fazenda Modelo, precisamos valorizá-la com
mais recursos e uma gestão mais eficiente, especialmente o Centro Clínico e
Cirúrgico.
- De todos os seus projetos
listados aqui, quais são os principais para serem executados em quatro anos de
mandato?
Seremos
vitoriosos se, ao fim do nosso mandato, tivermos contribuído para aumentar e
fortalecer a consciência da população sobre a necessidade de cuidar bem dos
animais, que são nossos melhores amigos. Esse é o nosso maior objetivo, mas
precisamos intensificar os programas de adoção e esterilização de animais,
fazer mais parcerias com instituições voltadas à proteção e defesa deles e
promover junto ao MP (Ministério Público) um trabalho de visitas e vistorias
técnicas regulares a essas instituições para verificarmos como os animais estão
realmente sendo cuidados. Quem vai cuidar das pessoas, tem que também cuidar
dos melhores amigos delas!
Ação efetiva em curso pró-animais de Crivella:
Proposições
legislativas
Assegurar a proteção à vida e ao
bem-estar dos animais em todo o país. Esse é o objetivo do Estatuto dos
Animais, previsto no projeto de lei do Senado (PLS) 631/2015, de autoria do senador Marcelo Crivella
(PRB-RJ), em tramitação na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).
O texto também estabelece infrações e penalidades para quem desrespeitar as
normas do estatuto.
Combater os maus-tratos e toda
forma de violência, crueldade e negligência praticada contra animais e garantir
proteção contra sofrimentos desnecessários, prolongados e evitáveis são algumas
das propostas do estatuto. Prevenir doenças como raiva ou sarna e promover a
melhoria da qualidade ambiental como parte da saúde pública, também é um dos
objetivos do projeto.
Bem-estar
O texto reafirma o direito ao
bem-estar dos animais e estabelece os cuidados que toda pessoa física ou
jurídica deve ter, quando tiver um animal em sua guarda, como fornecer
alimentação e abrigo adequados; assegurar que não existam circunstâncias
capazes de causar ansiedade, medo, estresse ou angústia e prover cuidados e
medicamentos sempre que for necessário e quando constatada dor ou doença.
Punições
A pessoa ou empresa que infringir
essas regras ou causar maus-tratos poderá ser advertida, ou perder a guarda do
animal por tempo determinado e até ser proibida de ter outro animal. Além
disso, também poderá receber multa que pode chegar a R$ 10 milhões, a depender
do tipo de negligencia ou violência e da situação econômica do infrator, e ser
preso por no máximo dois anos.
O projeto propõe a alteração do
artigo 32 da Lei dos Crimes Ambientais (Lei 9.605/1998), para definir a nova pena.
Para Crivella, a sociedade tem se
mostrado intolerante aos maus-tratos, a exemplo das discussões envolvendo o uso
de animais em pesquisas cientificas ou em testes de medicamentos ou cosméticos,
o que causa sofrimento e danos desnecessários aos animais.
— Já é hora do país ter uma
legislação que impeça a dor, o sofrimento e a lesão moral aos animais. Países
como Alemanha, Áustria e Estados Unidos, por exemplo, já legislam há muito
tempo sobre a matéria — argumentou.
O
projeto aguarda parecer do relator na CCJ, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG).
Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
Crivella também se demonstra mais engajado, pessoalmente, no assunto, Veja-se :
Compromisso pessoal de Crivella pró-animais.
– Quero o
apoio de todos que amam os animais. Vamos criar um hospital público para cuidar
dos nossos bichos, uma farmácia popular voltada para animais e lançar um
concurso público para contratar cuidadores de animais – afirmou Crivella, destacando
pontos do seu programa de governo para o setor.
Crivella
assumiu o compromisso de fazer um acompanhamento mais humano antes e depois das
cirurgias. E lembrou ser autor, no Congresso, do Estatuto dos Animais, que tem
como principal objetivo prevenir maus-tratos a animais, como os que puxam
carroças e os que participam de brigas em rinhas.
– Vou entregar
a proteção aos animais nas mãos de pessoas que trabalham na área. Não vou fazer
como a gestão atual, que usou o cargo para acordo político. A nossa maior
riqueza é saber tratar e cuidar dos animais – afirmou Crivella."
Naturalmente, fomos procurar na Internet alguma foto dos dois candidatos com seus animais de estimação pessoais. NADA !!! Ponto perdido para a estratégia de Crivella. Freixo, claro, poderia alegar nada ter a ver com o programa de governo dele exibir seu animal de estimação, seria 'demagógico" . Ponto perdido também. Os que amam realmente os animais, a ponto de terem como critério de escolha em uma eleição votar no candidato que melhor defende os seus direitos, têm ao menos um exemplarzinho felpudo, penugento, cascudo ou aquático em sua casa... E não acreditam nas promessas de quem não trata sequer de um!
Portanto, ai de nós, de novo ! Ó dúvida cruel !!! Será a anulação do voto a minha única opção coerente para comigo mesmo/a? Que triste dia !!!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirTriste dia mesmo! #ForaTemer #ForaTodos
ResponderExcluir