domingo, 28 de junho de 2020

Festejo junino simbólico

Este ano, esqueci completamente os festejos juninos, que em geral me remetem a muitas lembranças da infância agradáveis e que, quase todo ano, cito por aqui de alguma forma.

Além da quarentena, que continua nos assombrando, embora de forma mais modesta, a entrega do Imposto de Renda  fora adiada para o final de Junho e na semana passada sufocou meu tempo libre.

Mas, em um arroubo de entusiasmo, peguei uma caixinha de  pastéis que sequer havia aberto e retomei o bloco de papel Verger de minha saudosa aula de Desenho para esboçar  um mini-cenário festivo que se sobrepusesse às ditaduras do cotidiano. 


E fiz eu mesma um pouquito de docinhos de abóbora e de banana do sitio e comprei no Hortifruti uma deliciosa canjica com fiapos de coco e um doce light de manga (todo saudável, feito com manga, yogurte grego e chia , delicioso!) que dispus na frente do meu improvisado fundo de tela de bandeirinhas e fogueira !

E assim homenageei  Santo Antônio, São João e São Pedro !! 

E comi os docinhos como sobremesas no meu fim de semana !!!

E uma Tradição de meu Coração se manteve viva !!!!  







sexta-feira, 26 de junho de 2020

Defesa de Tese em tempos de quarentena

Nossa querida amiga Jeanine defendeu sua bela Tese de Doutorado nestes tempos perturbados. Trata-se de um estudo competente e inspirado sobre As Colônias Agrícolas para Alienados no início de seculo XX, com ênfase ao admirável projeto humanista do psiquiatra Juliano Moreira e na função positiva, para os internos, do ambiente rural acolhedor das instituições do gênero. De nosso particular agrado - pois nosso grupo assistiu à defesa on-line - foi esta parte final, ricamente ilustrada, onde avulta o papel  regenerador da Natureza, da Arte e do Afeto na recuperação dos pacientes...

Vamos. a seguir, dar uma pequena  amostra de algumas fotos da Tese dos lugares em que, na Europa, no Brasil e nos Estados Unidos,  vigoraram tais filosofias de tratamento, fortemente influenciados pelo Idealismo  e Romantismo alemães.



À esquerda, chalés para os enfermos, nas colônias agrícolas da Alemanha.
A direita , pavilhão para os pacientes  tuberculosos em Jacarepaguá.

 
 Acima, um interno construindo habilidosa maquete de uma residência, uma das muitas atividades criativas desenvolvidas na colônia da Ilha do Governador.
Abaixo, um cottage em Michigan, onde a atmosfera receptiva afetuosa lateja nas linhas arquitetônicas da casa, envolta por gramado protetor.

     A Defesa propriamente dita formalmente seguiu o modelo das apresentações de trabalhos pela plataforma Zoom, onde em pequenos quadradinhos apareciam os professores doutores da Banca e a  doutoranda, enquanto a tese era apresentada através de um power point em um espaço maior central.

Quanto ao conteúdo, também seguiu um padrão conhecido, a maioria dos doutores tecendo merecidos elogios à Jeanine e uma representante do conservadorismo acadêmico implicando um pouquinho com ela, só para nos permitir um saudável desabafo contra a mediocridade de seu pífio desempenho .

Perdoem-me  ter-me envolvido tanto na Defesa, que só lembrei de tirar uma foto ilustrativa quando Jeanine a acabara! Mas dá para termos uma ideia do formato deste singular colóquio digital, e no quadro abaixo,   a examinanda  está em ótima companhia, ladeada por sua fiel orientadora e uma das professoras da Banca que mais efusivamente havia ressaltado o mérito de seu trabalho !


Também tivemos que nos congratular e homenagear a recém-Doutora aos pedacinhos, tendo por sede (cada um de uma vez ) de nosso encontro a casa da Ana !!!

Começando pela própria Jeanine vindo receber nossos parabéns, através de pequenos símbolos festivos, na mesa que tantas vezes abrigou nossos lanchinhos em mútua companhia !



Mas logo , Bia veio erguer um brinde à sua conquista...

... e Aninha, ao final de uma caminhada, lhe dedicou um V da Vitória.







E , justiça poética, também por Skype, de seu leito de filósofo, Márcio ergueu os polegares desejando sucesso aos novos rumos da nossa companheira de pesquisa no 4F !!! 



Assim, através do lado mais gentil da tecnologia, temos uma lembrança de nosso grupinho unido em uma ocasião importante na Vida de uma de nós !!! 


Mil palmas para você, Doutora Jeanine,  nesta data querida !!! 


sexta-feira, 19 de junho de 2020

A Campo e a Cidade



Nos últimos tempos, tenho-me aproximado muito de minha roça, seguindo a tendência dos citadinos angustiados com as mazelas das metrópoles. Continuo a gostar muitíssimo de lá. Mas, espírito inquieto que sou - ou talvez em função dos dias sombrios da minha última subida - percebo que, embora a bela contínua renovação do ciclos da vida que floresce no campo continue a me encantar, preciso de um pouco mais do que isto; do tipo de recurso simbólico de aprofundamento da experiência , provido pelas Humanidades que vicejam nas cidades.


Assim, depois de mais de um ano sem queijo, a primeira de minhas três vaquinhas grávidas teve um bezerrinho. É um deleite observar o serzinho gracioso e ingênuo , no estábulo novo que o Moisés construiu.  A seu lado, uma bezerrinha cuja origem nçao reconheço, talvez de alguma cria de vizinho.



Movida por tal inquietação íntima, fui procurar na Internet referências  de natureza artística do serzinho bovino .

E encontrei uma bela pintura de uma artista chamada Rosa Bonheur.

Fui saber mais sobre ela e verifiquei que embora  interessada em retratos detalhados de  animais de grande porte , Rosa, que viveu no século XIX, foi uma artista citadina, residindo e expondo em Nova York  embora  viajando com frequência para os verdes prados onde seus modelos animais podiam ser  se encontrados.

Que belo exemplo de cooperação entre o cultivo da sensibilidade artística mais refinado na cidade e a inspiração que a Natureza nos oferta, que reside com mais pujança no campo !

Um pouco mais sobre esta artista pouco conhecida, abaixo:






sexta-feira, 12 de junho de 2020

Garoa

O inverno nos ofereceu uma breve prévia de sua chegada e logo se escondeu por trás de um calor abafado inusual para esta época do ano.

No sítio, o sábado passado foi um dia pesado, o cinturão verde de jardins, pomares  e floresta que circunda minha casa, qual anel encantado, coberto por uma bruma espessa, que ás vezes encobria, ás vezes dele revelava fímbrias esparsas ...




E das outras janelas também só se via o contorno das plantas mais próximas, o horizonte esmaecido a nossos olhos e isto a manhã toda .

 - "Está garoando !" disse minha caseira , risonha.  A grama molhada pelo orvalho diurno, fiquei na rede  'banzando' e aproveitando a preguiça da Natureza.

Até que o Sol se cansou da brincadeira e mandou um raio macio e bem leve acordar o gatinho adormecido em meu colo...