sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Ritinha

 Ritinha,  minha caseira no sítio há mais de 25 anos, foi-se embora ontem desta Terra. Um infarto súbito  e sua essência roceira se esvai no ar , como o perfume das flores que ela bem amava...

Tantas lembranças ... e já muitas saudades! 

Sua comidinha do nossa horta, tão  saborosa...
 Seu amor a meus, nossos gatinhos ... de cujos dengos comigo partilhava 

Suas geleias deliciosas , que conseguíramos de dois anos para cá organizar no freezer e pensávamos em um dia comercializar, para ajudar á manutenção do sitio ... 
Seu café sempre fresquinho, seu suco de maracujá estocado no freezer para eu tomar durante o ano todo ! 

Seu bom gosto para arrumar flores ... que também pegava com a vizinha . Seu carinho expresso em presentinhos como o vidrinho de perfume que me deu em meu último aniversário. 

Seu companheirismo com Moisés, seu marido há 38 anos ... eram os guardiões de minha cabaninha entre o jardim, o pomar e a floresta, um par inseparável em minhas fantasias de uma família de espírito cultivando a terra, dela se alimentando e a cumulando de bons tratos, em retorno...  

Quisera acreditar em nosso encontro em um Céu onde a jornada dos homens e mulheres de boa vontade continuasse, Por enquanto, só me resta manter  viva a sua memória, da forma mais doce possível,  tal qual suas frutas em compota, seus buquês inspirados, sua risada alegre quando me fazia confidências... 

Adeus, minha parceira, o mais nobre tipo de amiga ! 

 



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