domingo, 25 de dezembro de 2022

A Natureza antecipa os adornos das Festas

 Como e quanto podemos mexer nas delimitações das datas festivas sem lhes alterar a essência mais profunda, aquela que nos é propícia ao crescimento enquanto seres humanos ?  Talvez  haja em tais Festejos coletivos  algo de uma  ritualização - de que precisemos  lembrar  -  relativa à nossa passagem do Tempo pela  Terra e aos cerimoniais de Vida e Morte que realçam sua importância .   

Acompanhando , com o coração atento e aberto , os ciclos de renovação de frutos e flores - acompanhado por um diferentes sinfonias de dançarinos alados - , não estaríamos em sintonia com similar energia, sem os requintes rococós que o Consumo urbano imprimiu a tais celebrações ? 

Em dezembro, continuam a adornar as árvores os  frutos pequeninos. Agora é a vez das pitangas; são difíceis de perceber entre a folhagem espessa e miúda. 

Vão de vermelhas vibrantes a um tom quase bordô, quando, plenamente maduras,...

... coalham o chão, sob as leves copas,  como confete rubro... 

e o tucano com elas se delicia...

Os pêssegos já deram, em meu intervalo de ausência,  e viraram compota. Mas meus queridos figos ensaiam uma das fartas brotações que terão durante o ano ..



                                 .... e o velhíssimo pé de uva comparece, discreto mas constante . 

Meu varal de maracujá - que plantamos apenas ano passado  - cresceu e adensou , está coberto pelas  flores da paixão, que vão virar os frutos 


Os tinhorões brotam como do nada , da terra nua, só nesta época do ano .

E começa a festa dos lírios em  geral; desta vez lhes trago fotos dos tigrados 



Mas , no mundo das flores, é o reinado do mês é mesmo o do jasmim do cabo 


Quando vi como dava bem no sitio, fui plantando vários pés, agora em diferentes estágios de crescimento .

Mococa está bonita, redonda, lustrosa, vai parir um filhote natalino em breve ...


E chove, chove muito. Até no Rio, o clima deste verão está mais ameno .

Alternam-se , em volta  do céu que vejo da piscina, em torno do bem amado eucaliptal, vento e brisa , sombra e luz, em efeitos de anoitecer precoce dos quais não consigo escolher o que acho mais bonito ...




 E quando o temporal desaba, Ron-Ron sempre se põe a assistir  na balaustrada  da varanda, enquanto eu descano na rede , a seu lado, tão distante de tudo que não seja Belo e Bom , na sua companhia apenas e naquela da Natureza.




 






sábado, 24 de dezembro de 2022

(Pré-pós) Natal no sítio

 Não gosto de subir aos sitio em feriados em geral, e nos feriados de fim de ano em particular: é uma data íntima, em que não me apraz a ideia de estar interferindo com a liberdade de movimentos e encontros de meus empregados.

Este ano, outra vez sequer a guirlandinha da porta de entrada  quis colocar em minha casa do Rio. Mas achei outra  guirlanda quase igual àquela,  mas toda feita de baguinhas vermelhas, réplicas de café maduro, no grande repertório de enfeites natalinos natalinos que  tenho armazenado. E tive o desejo de levá-la para o sitio onde ela faria parte - ver alto da foto abaixo - de um  improvisado  arranjo típico da data.   Dentro do clima atual de troca - ou de expansão de trânsito  - de residências que venho exercitando .... 

Muitos detalhes compuseram este único arranjo , na mesinha  muito antiga que D. Anna, mãe de meu ex-marido Miguel, havia dado para mamãe e que agora está no sítio 


Nela e no banquinho logo abaixo, as Festas eram representadas por uma mini-arvorezinha de Natal, com bolinhas douradas e prateadas, os cartões para Elisângela e Maicol (que ajuda Moisés em suas tarefas)  -aos quais naturlamente, acrescentei uma soma extra em dinheiro, e as tradicionais caixas de bombons.
Acrescentei para Elisângela um bebedouro para  
beija-flor e um bibelô de Natal, itens de que ela gosta.
Um panetone ficou para Moisés .



Mas, la pièce de resistence simbólica , foi uma barra do chocolate Milka, destinado ao "convidado inesperado" , que as tradições européias e também a judaica , para quem sempre é reservado um lugar à mesa. Gosto da fantasia de um peregrino perdido na neve a quem é oferecido abrigo e alimento na noite de Confraternização Mundial ...   


É claro que , como disse a Elisangela, se tal figura mítica não aparecesse, o chocolate ficaria para ela. Acrescentei à bela lenda que ela só deveria abri-lo se também no seu lar ninguém surgisse à última hora reivindicando a tradição natalina de presentear o Desconhecido, de festejar o Incognoscível. 

Armei minha arvorezinha antes do Natal, mas já no início do mês de dezembro  e vou desarma-la quando voltar ao sitio, no dia seguinte ao dos Dia dos Reis . Ou seja, estou cumprindo os prazos de um ritual de comemoração de alguma coisa que a todos nós une, um marco de nossa passagem pela Terra, provisória enquanto individuo, o mais perene possível, enquanto membros de uma espécie  que a si própria tem tanto ameaçado de extinção !!! 

Que importa que meu corpo  eu não esteja lá enquanto estes dias de Festas  escorrem de forma rotineira na minha vida cheia de obrigações da Cidade. è lá que está minha alma, lá que habita minha imaginaçao  ...   

Qual dos dois mundos é o  mais "real " ? Qual tem mais poder de influenciar uma estrutura social  capenga e eivada de preconceitos se dizendo ao contrário, de forma auto-sabotadora ?

Precisamos  reconceituar, em nosso corações e mentes, a Potência da Magia ! 






quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Um pequeno Neymar de muita sorte

 O Brasil foi eliminado da Copa do Mundo de 2022. E o Neymar - nosso jogador de elite -  saiu do campo chorando. 

Para alegrar nossos corações venho falar de um outro Neymar , um curió que mora lá perto do sítio.

Caiu de seu ninho na árvore e  foi resgatado pelo morador da casa  ao lado. 

Neymar é seu nome. O curió , festejando a vida com seu lindo canto, acompanha o dono aonde este vai durante o dia . Estava tomando a fresca da tarde , no banco onde seu tutor  conversava com vizinhos...


Ele deixa a gente fazer festinha nele, sob o olhar cuidadoso do amigo humano .  

Só de noite dorme protegido em uma gaiola . Fora isto, prefere o amor à liberdade , pois suas asinhas sequer são aparadas . 

Tenha vida longa e feliz, pequeno Neymar alado ! 



domingo, 11 de dezembro de 2022

Ultima reunião do 4F do ano

 Só uma nota : durante este ano inteiro, nosso grupo de pesquisas do 4F voltou a se reunir todo m~es, na casa da Aninha, nosso quitudes mais co0medidos, usando a roupita super-informal de casa  , leavndo quitutes míni8mos, . reuniões mesmo de discussões de ideias, de trabalho. 


Sò para deixar o registro : discutimos e conversamos bem mais que ainda produzimos material concreto. slow, slow research... 

                                                                      


E  como é bom este diálogo livre e amigo  de inteligências, completamente sem cobranças... 




domingo, 27 de novembro de 2022

Novembro começa o pré-Pré-Natal no sitio

 Há muitos anos já, antecipo minhas festividades natalinas com amigos . Nos dias propriamente do nascimento do filho do deus cristão e no Reveillon, ainda que me sinta participante do clima alegre , prefiro ficar no meu espaço íntimo. Não me furto de me cercar de alguns símbolos relativos às datas - que , confesso, vêm rareando ao longo dos anos - e de comidinhas delas típicas gostosas ... 

Mas, enquanto separava, em minha última subida ao sitio , geléias de jabuticaba da última safra para dar de 'lembrancinhas de Natal', ocorreu-me que ,de certa forma, há uma expectativa de alguma coisa de um toque de antecipação de 'passagem do ano' no ar do mês de novembro em minha casa na serra...  

Como venho comentando, com minha frequência mais sistemática no sítio, e com minha maior atenção  às sutilezas das modificações na vida vegetal e animal (das aves, mais, neste caso), estas , ao longo das estações vêm-se tornando mais clara pra mim. Talvez segundo critérios mais poéticos que botânicos 

Agora, em um segundo momento da primavera, mais próximo ao verão, descubro uma coisa graciosa. 

Começa  a glória das frutinhas pequeninas - de nossa 'berries' -  que irá até dezembro, das quais a tipicamente brasileira jabuticaba é nosso maior orgulho. 


Dela também participam  nossas amoras. 
Embora se apresentem em moitas desordenadas e amadureçam de forma descontinua , quando ficam pretinhas são tão saborosas como suas irmãs 'blueberries' que custam tão caro nos mercados. 

Também me surpreendo ao ver tantas roseiras florindo nesta época; pensei que seria um pouco mais tarde; talvez voltem a florir mais, em meses vindouros. 

Já me referi ao tanto que que o florescer contínuo das rosas - nascem e morrem em gradações sutis de lenta abertura das pétalas e mais lento ainda desfolhar - me comove . Fiz um pequeno vídeo contando esta historieta . 




E delas ofereço um cacho a meus leitores, em singela homenagem ...  








 






terça-feira, 22 de novembro de 2022

A casa das cambaxirras

 Enquanto eu transfiro, muito aos poucos, meu Lar - através de pedacinhos preciosos dele, também em forma de objetos  -  para o meu sitio, um outro presente da Urbes - casa de pássaros em papier marché de uma analisanda - é prontamente incorporada ao Munda da Natureza por afoito casal de pássaros.

Trata-se de uma duplinha de cambaxirras; fico sabendo que se são pouco exigentes em termos de moradia, aproveitando qualquer estrutura adequada pré-existente, embora não se furtem a torná-la mais cômoda, acrescentado gravetinhos macios e painas a seu fundo. 

É um trabalhinho de uma semana, pois o choco dos ovinhos dura cerca de um mês. Dei a sorte de surpreende-los no final deste processo. Fiquei de alerta algumas agradáveis horas esparsas - em nada me entediando a doçura tranquila do ar ao redor -  para tirar esta série de registros. 

Futuros pai e mãe se revezam na construção ; 
ei-lo/a na pontinha da entrada do ninho,
 prestes a começar a tarefa  

Vai saindo aos poucos, atento aos arredores 





E volta com sua minúscula aquisição
para o aconchego do lar no biquinho... 

Como é tudo muito rápido no pequeno reino das avezinhas de breves vidas , quando eu voltar em dezembro os filhotinhos já terão nascido, crescido e voado para fora de seu ninho...



 

segunda-feira, 21 de novembro de 2022

O presente das vaquinhas

 Meu veterinário no sitio tem sido sempre de uma atenção primorosa para com nossos bovinos . Recentemente, tentou cuidar do bezerro  Quatro Patinhas, que teve forte diarreia e acabou morrendo. Ele insiste em não me cobrar as muitas visitinhas que faz ao sítio - en passant por entre suas rondas pela região - quando não gasta com medicamentos ou presta algum serviço específico. 

Como estamos em fase de Festas de fim de ano, este é o momento propicio para presentar os profissionais gentis a quem queremos agradecer as atenções que não tem preço .

Então resolvi preparar um Saco de Papai Noel de lembrancinhas do sitio  pra ele. 

Ainda no Rio, comprei , na Cacau Show, uma caneca com gravura de vaquinha , cheia de bombons e escolhi uma caixinha de isopor para proteger seu trajeto até a roça. 

E inspirada em minha recente aula de aquarela , peguei uns tracejados de vacas e bezerros de antigos livros de desenho e da Internet . E , em modestas folhas A4, esbocei a lápis nas paredes da caixinha  imagens que as lembravam... Antes de viajar, tirei alguns flashes destas perecíveis representações...






Esta faceta foi a minha predileta 

Depois, já na mesa da varanda das Fronteiras ,eu a embrulhei em fitas cor-de-Navidad 




O que faria também com o potinho de geleia de jabuticaba - que sempre dou como brinde de Festas aos mais próximos - e o chá chimarrão (desta vez embrulhado a vácuo) , que sempre tenho o prazer de lhe trazer , de sua marca predileta, do Rio. 

Também não podia faltar o meu cartãozinho, em nome dos habitantes do sitio com os quais ele mais convive .


E lá ficou o meu Saco - na verdade , uma saca da Livraria Travessa, onde amo circular na Urbs - à espera de sua passagem pelo nosso retiro , por entre os azares das estradas encharcadas  pelas enchentes do Verão que se aproxima !!! 



 


quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Tristes Trópicos

 Estou de luto hoje... pelo resultado das eleições para Presidente no meu país. 

Não que eu quisesse o outro candidato. Quisera alguém  em que eu pudesse minimamente confiar.

Encaro com tristeza e ceticismo os próximos anos de vida pública em meu pobre Brasil ...  

Tão belo e tão maltratado ! 

Mas hoje é a tarde  - sempre crepuscular -  dos Mortos e eu estou triste por outras perdas e crivada de saudades... 

E amanhã, Amanhá será outro Dia !