domingo, 27 de novembro de 2022

Novembro começa o pré-Pré-Natal no sitio

 Há muitos anos já, antecipo minhas festividades natalinas com amigos . Nos dias propriamente do nascimento do filho do deus cristão e no Reveillon, ainda que me sinta participante do clima alegre , prefiro ficar no meu espaço íntimo. Não me furto de me cercar de alguns símbolos relativos às datas - que , confesso, vêm rareando ao longo dos anos - e de comidinhas delas típicas gostosas ... 

Mas, enquanto separava, em minha última subida ao sitio , geléias de jabuticaba da última safra para dar de 'lembrancinhas de Natal', ocorreu-me que ,de certa forma, há uma expectativa de alguma coisa de um toque de antecipação de 'passagem do ano' no ar do mês de novembro em minha casa na serra...  

Como venho comentando, com minha frequência mais sistemática no sítio, e com minha maior atenção  às sutilezas das modificações na vida vegetal e animal (das aves, mais, neste caso), estas , ao longo das estações vêm-se tornando mais clara pra mim. Talvez segundo critérios mais poéticos que botânicos 

Agora, em um segundo momento da primavera, mais próximo ao verão, descubro uma coisa graciosa. 

Começa  a glória das frutinhas pequeninas - de nossa 'berries' -  que irá até dezembro, das quais a tipicamente brasileira jabuticaba é nosso maior orgulho. 


Dela também participam  nossas amoras. 
Embora se apresentem em moitas desordenadas e amadureçam de forma descontinua , quando ficam pretinhas são tão saborosas como suas irmãs 'blueberries' que custam tão caro nos mercados. 

Também me surpreendo ao ver tantas roseiras florindo nesta época; pensei que seria um pouco mais tarde; talvez voltem a florir mais, em meses vindouros. 

Já me referi ao tanto que que o florescer contínuo das rosas - nascem e morrem em gradações sutis de lenta abertura das pétalas e mais lento ainda desfolhar - me comove . Fiz um pequeno vídeo contando esta historieta . 




E delas ofereço um cacho a meus leitores, em singela homenagem ...  








 






terça-feira, 22 de novembro de 2022

A casa das cambaxirras

 Enquanto eu transfiro, muito aos poucos, meu Lar - através de pedacinhos preciosos dele, também em forma de objetos  -  para o meu sitio, um outro presente da Urbes - casa de pássaros em papier marché de uma analisanda - é prontamente incorporada ao Munda da Natureza por afoito casal de pássaros.

Trata-se de uma duplinha de cambaxirras; fico sabendo que se são pouco exigentes em termos de moradia, aproveitando qualquer estrutura adequada pré-existente, embora não se furtem a torná-la mais cômoda, acrescentado gravetinhos macios e painas a seu fundo. 

É um trabalhinho de uma semana, pois o choco dos ovinhos dura cerca de um mês. Dei a sorte de surpreende-los no final deste processo. Fiquei de alerta algumas agradáveis horas esparsas - em nada me entediando a doçura tranquila do ar ao redor -  para tirar esta série de registros. 

Futuros pai e mãe se revezam na construção ; 
ei-lo/a na pontinha da entrada do ninho,
 prestes a começar a tarefa  

Vai saindo aos poucos, atento aos arredores 





E volta com sua minúscula aquisição
para o aconchego do lar no biquinho... 

Como é tudo muito rápido no pequeno reino das avezinhas de breves vidas , quando eu voltar em dezembro os filhotinhos já terão nascido, crescido e voado para fora de seu ninho...



 

segunda-feira, 21 de novembro de 2022

O presente das vaquinhas

 Meu veterinário no sitio tem sido sempre de uma atenção primorosa para com nossos bovinos . Recentemente, tentou cuidar do bezerro  Quatro Patinhas, que teve forte diarreia e acabou morrendo. Ele insiste em não me cobrar as muitas visitinhas que faz ao sítio - en passant por entre suas rondas pela região - quando não gasta com medicamentos ou presta algum serviço específico. 

Como estamos em fase de Festas de fim de ano, este é o momento propicio para presentar os profissionais gentis a quem queremos agradecer as atenções que não tem preço .

Então resolvi preparar um Saco de Papai Noel de lembrancinhas do sitio  pra ele. 

Ainda no Rio, comprei , na Cacau Show, uma caneca com gravura de vaquinha , cheia de bombons e escolhi uma caixinha de isopor para proteger seu trajeto até a roça. 

E inspirada em minha recente aula de aquarela , peguei uns tracejados de vacas e bezerros de antigos livros de desenho e da Internet . E , em modestas folhas A4, esbocei a lápis nas paredes da caixinha  imagens que as lembravam... Antes de viajar, tirei alguns flashes destas perecíveis representações...






Esta faceta foi a minha predileta 

Depois, já na mesa da varanda das Fronteiras ,eu a embrulhei em fitas cor-de-Navidad 




O que faria também com o potinho de geleia de jabuticaba - que sempre dou como brinde de Festas aos mais próximos - e o chá chimarrão (desta vez embrulhado a vácuo) , que sempre tenho o prazer de lhe trazer , de sua marca predileta, do Rio. 

Também não podia faltar o meu cartãozinho, em nome dos habitantes do sitio com os quais ele mais convive .


E lá ficou o meu Saco - na verdade , uma saca da Livraria Travessa, onde amo circular na Urbs - à espera de sua passagem pelo nosso retiro , por entre os azares das estradas encharcadas  pelas enchentes do Verão que se aproxima !!! 



 


quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Tristes Trópicos

 Estou de luto hoje... pelo resultado das eleições para Presidente no meu país. 

Não que eu quisesse o outro candidato. Quisera alguém  em que eu pudesse minimamente confiar.

Encaro com tristeza e ceticismo os próximos anos de vida pública em meu pobre Brasil ...  

Tão belo e tão maltratado ! 

Mas hoje é a tarde  - sempre crepuscular -  dos Mortos e eu estou triste por outras perdas e crivada de saudades... 

E amanhã, Amanhá será outro Dia !