terça-feira, 30 de maio de 2023

O calendário da Amazonia : abril


 Desisti, é claro, do meu ambicioso projeto de associar as informações e desenhos que constam em meu querido calendário amazônico ao Cícero . Mas continuei a fazer pesquisas sobre a flora e fauna da região  pela Internet . Minha forma simbólica de manter um contato estético mínimo de cunho mais poético com a Expedição a vir em breve ... 

Assim, vejamos :

CAIARARA 


A espécie exclusivamente brasileira, cujo nome científico é Cebus kaapori, faz parte da lista de 25 espécies de primatas mais ameaçadas de extinção no mundo. O macaco-caiarara é encontrado em uma área pequena na Amazônia, que fica a Leste do Rio Tocantins e ocupa trecho do Maranhão e Pará. É uma região, chamada de Arco do Desmatamento, que sofre muito com a ocupação e 70% do espaço é usado para outras atividades.

Dentre as sete principais espécies de primatas de lá, esta é a mais rara. Ele é caçado para ser vendido como animal de estimação e também para virar refeição. A espécie não suporta o corte seletivo das árvores. Ainda não há muitas informações sobre o caiarara porque ele só foi descoberto em 1992. Sabe-se, porém, que tem cara meio acinzentada e um tipo de topete negro.

São de tamanho médio. Vivem em grupos de até 20 indivíduos, com mais de um macho, fêmeas e filhotes. Moram em florestas altas e maduras. São principalmente frugívoros (frutas), mas também gostam de flores, sementes, insetos e pequenos vertebrados. Por terem dieta rica, são agitados e ativos. Dormem juntos no topo das árvores.


ARAÇÁ-BOI

O fruto da araçá-boi tem um sabor doce e agradável, com um aroma característico e uma textura suave e cremosa. É comum compará-lo ao sabor de uma mistura de abacaxi, maracujá e morango, com notas florais e cítricas. O sabor do araçá boi pode variar de acordo com o estágio de maturação, sendo mais doce e menos ácido quando completamente maduro.

De origem da região amazônica da América Central e América do Sul, a Eugenia stipitata, nome científico da araçá boi, é um arbusto ramificado e frondoso que geralmente cresce de 3 a 5 metros de altura.

De folhas simples, opostas e verdes escura e com flores brancas e delicadas que surgem de julho a setembro, a araçá boi frutifica após a polinização. Entre os meses de janeiro a março surgem os frutos em baga globosa, grandes, suculentos e perfumados. BORBOLETA ( batesia hypochlora

Batesia is a monotypic butterfly genus of the family Nymphalidae. It contains only Batesia hypochlora, the painted beauty.

This species is found in the upper Amazon areas of BrazilEcuador and Peru.

Batesia hypochlora can reach a wingspan of 85-95 mm.[2] The upperside of the wings is blue, with a submarginal band of the same color surrounding the outer margin of the hindwings. On the forewings there is a large pink patch.[3] The underside of the hindwings is yellow, varying in tone from pale cream to deep saffron depending on locality.[4]

( só encontrei referências a esta linda borboleta em inglês) 

Vamos ver se consigo atualizar algumas informações mais antes de viajar... 




sexta-feira, 19 de maio de 2023

Ensaiando como escrever o blog na Floresta ( se der ) por celular - e outras mini-mudanças de hábitos ...

Estou treinando com meu fiel escudeiro Armando como - se possível , em algum dos pontos fortuitos em que se tem Internet na mata - registrar neste blog  alguns momentos de encontro com Mãe de todas as Florestas, mas desta vez por celular .  Pois resolvi não levar meu laptopinho; creio que - como acontece quando o carrego comigo pro sitio -  eu não o utilizaria e seria mais só um volume virando trambolho  pra lá e pra cá ... 

Nesta semana, comecei uma espécie de translado de minha vida ordinária para a antecipação de  minha excursão amazônica , cujos requisitos são bastante complexos... e os fui registrando enquanto expressão da urgente  mudança de hábitos - mesmo que pequenos - que prenuncia uma viagem de preparo - externo e interno - mais exigente ...  

No inicio da semana, em meu  sofá da sala, coloco a mala de mão que vou usar, ainda em meio a sacas do  sitio que ainda não havia desarrumado  ... e nas quais só  voltarei a tocar quando voltar de Amazonas; até lá não vou ter mais tempo de subir pra minha pequena floresta ...   


Resolvo não comparecer a uma manifestação pró defesa da Natureza a que iria por estes dias ...  è uma área em que tenho me mantido razoavelmente ativa (vale a pena talvez registrar), em especial no que diz respeito a proteção dos animais silvestres que habitam na cidade do Rio. Mas tudo se faz tanto on-line hoje em dia... 

Dou particular apoio a grupos como o Vida Livre - 
que fico feliz de saber que tem agora um programa na TV -
e contribuo regulamente com a SUIPA. 

 Em vez da minha caminhada  - que toma algum tempo de que não disponho quase -  , aproveito uma brecha de tarefas práticas que tinha a realizar por lá (nunca vou neste bairro),  para zanzar por um espaço verde que ainda não conhecia, o Parque de Ipanema ... 

Por detrás de uma imensa amendoeira, vejo brechas do mar e das pedras do Arpoador -   admirada , eu mesma, como , dentro de uma grande cidade, ficamos anos sem sequer vislumbrar relevantes  aspectos da paisagens de bairros próximos em quilometragem, mas muito distantes em 'modus vivendi' !




E começo a encher a malinha de mão  de alguns de seus primeiros conteúdos ... Eu costumava arrumar minhas malas na véspera de viajar. Mas é tanta coisa a levar quando vai-se ficar muito tempo sem contato com a civilização, sem uma farmácia, uma papelaria, uma lojinha de informática, um supermercado...




  
Enquanto isto, quase esqueço a florzinha do mato que eu trouxera do sitio  em um saquinho de plástico com água  e, para que resistisse, colocara em um copo de geleia  mal chegara no Rio . Com a correria citadina , eu havia esquecido de passa-la  para jarrinho mais bonito . Mas ela está  ressecando devagar, sem morrer, virando uma alegoria delicada de como preservar o essencial da nossa relação com o que nos importa de verdade,  cristalizado em forma mais singela , mas sempre bela , em meio às imperfeições de nossas possibilidades de fazê-lo.   





terça-feira, 16 de maio de 2023

O sitio antes do intervalo rumo à Floresta Mãe

 Ao contrário do que ocorre na Cidade, onde a bagunça se acentua (com minha empregada doente, inclusive)  consigo sentir que deixo o sitio preparado para um intervalo de um mês sem minha presença, já prosseguindo um ritual gradual de transferência de significados para  um novo projeto de vida... 


Na véspera de minha ida, eu falava de como já me sentia sob um seu influxo, quando a lua cheia surge no retângulo da janela de meu quarto, seu lugar eleito de aparição por entre as folhas da árvore e das velhas persianas desbotadas que a emolduram. 


 No caminho, vejo pela estrada moitas de flores amarelas que nascem à sua beira  e que eu sempre quis colher para ver se duravam bem nos jarros. Desta vez, eu o fiz !!! E ficou muito bonitinho e as flores resistiram bem ! 


 

E na mesma 6ª feira de minha subida, chegam as madeiras de ipê (ver postagem anterior) , já tratadas pelo seu Vinicius, que , com a sua equipe já as armazena no depósito- garagem extra que temos para este fim . 

As madeiras foram bem lixadas e organizadas no transporte
segundo os tamanhos variáveis das tábuas, de cinco metros a um .   

projeto futuro em andamento...
... esperando a hora certa. 


Todas as pequenas convenções de sua arrumação foram seguidas,
todas as tabuas separadas opor ripinhas, para não envergarem. 

As tábuas ficaram lisas e macias, de um tom beje claro.uniforme. 

Ficou um conjunto bonito, que depois cobrimos
 com uma forte lona para evitar algumas goteiras do depósito

Continuei o meu projeto de colher florezinhas silvestre e também algumas do jardim - quando há muitas não fazem falta - para enfeitar os vasinhos singelos  de meu lar campestre .  

Elisangela me disse que é  fácil cultivar os pés destas florezinhas da estrada a partir das sementes dos estames secos. Peguei mais delas  na estrada e enfeitei outro jarro. Deixei os dois vasos com as flores  na mesa da cozinha para que, aos poucos, Elisangela  fosse guardando os estames secos em uma caixinha de isopor que  deixai reservada para tal . Projeto de seu plantio esperando a primavera. 



Talvez tenha sido minha última nadada na piscina antes do inverno. a água estava gelada ! Uma razinha atrevida me fez companhia.
Depois , fomos visitar o Orelhudo e o irmãozinho que estão hospedados na fazenda vizinha. Relembrando o drama incestuoso: temíamos que o Orelhudo, que já é um garrote, inseminasse a Mocoquinha, que está ficando mocinha. Então, como Moisés não os estava querendo vender - assim como a mãe Laranja (que ele agora decidiu que merece outra chance  para ver se dá leite em uma nova gestação)  - procurou separa-los . Falei com o vizinho seu Paulo, que gentilmente assentiu, ainda mais que  será provisório,  só até a Mocoquinha estar inseminada . 

Mas fiz questão de ir ver onde estão. A fazenda de seu Paulo é grande e eles estão, junto com umas outras poucas cabeças, em um antigo pasto de carneiros desativado, com muito capim e água.  Lugar  bonito, numa dobra da estrada silenciosa, distante... 



Os dois pastam pertinho um do outro... 
Como negar que nossas famílias de bichos
têm afetos sutis que os ligam talvez de nós pouco conhecidos... 

 Uma borboleta belamente  colorida , no chão morta, me lembrou de minha oferenda à Natureza .
Eu a levei para nossa Pedra ancestral, para que ali fertilizasse o  meu Amor pela minha terra... 


E veio a noite da véspera de meu retorno ao Rio. Começa por um dos primeiros crepúsculos de outono, rapidíssima passagem de tonas de rosa, em volta do sol que desfalece... 




E com as trevas que avançam , o céu se revela todo estrelado;  há muito tempo eu não via a Via Láctea tão límpida, Vesper, as Três Marias, o Cruzeiro do Sul. 

Muito  pouco consigo registrar destas estrelas , na máquina fotográfica do celular só Vesper pontifica  ...


Mas a Lua cheia  surge no mesmo ponto, tantas centenas de quilômetros depois, de onde a vejo em minha janela na Cidade.

 Envolta também em folhas, mas as das livres  árvores altas que compõem algumas divisas de meu sítio. 

E é com ela que encerro minha postagem - já saudosa - de hoje. 








 
 






 





sexta-feira, 12 de maio de 2023

De volta para o futuro : a expedição para Manaus

Daqui a exatamente um mês - em 12 de junho - estarei pegando um avião (se o vôo não for mudado de novo!) e indo para minha expedição amazônica !!! 

Eu só quero voar muito alto , para muito longe,
por sobre imensas, infindáveis copas de árvores 

Continuo muito enrolada , no dia-a-dia citadino , com muitas questões praticas, envolvendo inclusive o famigerado Imposto de renda.  E questões de Sindicatura no prédio. E obras grandes , complicadas, a serem feitas nas instalações de gás do apartamento em Laranjeiras, que foi de minha mãe... . 

Preciso acelerar preparativos externos e internos para a minha viagem, a primeira em tanto tempo !!!

Já cuidei de toda a parte mais ligada aos compromissos financeiros: comprei passagem, com bastante antecedência  (o vôo já sofreu diversas alterações), já quitei todo o transporte pelo barco, reserva de hotel também já confirmada, com o sinal pago. 

Mas falta, simplesmente todo o resto !!! Desde listas de remédios a levar para um lugar sem acesso sem acesso à Internet - e quanto mais a uma farmácia ou loja de conveniências - até a 'curtição da viagem antecipada " que eu planejara  fazer ... pesquisando, desenhando, em um 'quality time ' íntimo comigo mesma... 

 ... criando uma 'pré-jornada' meio mágica... 

E acabo de voltar do sítio ... e já tenho saudades antecipadas do mês em que não vou  subir para cuidar do final atabalhoado dos preparativos aqui em baixo aqui embaixo ... 

O que irei ver estará à altura de meu sonhos?  

Da Mítica em torno da Floresta Mãe de todas as florestas ? 


Oxalá as ninfas e os gnomos e outros seres das Primícias do Tempo o permitam ...