terça-feira, 16 de maio de 2023

O sitio antes do intervalo rumo à Floresta Mãe

 Ao contrário do que ocorre na Cidade, onde a bagunça se acentua (com minha empregada doente, inclusive)  consigo sentir que deixo o sitio preparado para um intervalo de um mês sem minha presença, já prosseguindo um ritual gradual de transferência de significados para  um novo projeto de vida... 


Na véspera de minha ida, eu falava de como já me sentia sob um seu influxo, quando a lua cheia surge no retângulo da janela de meu quarto, seu lugar eleito de aparição por entre as folhas da árvore e das velhas persianas desbotadas que a emolduram. 


 No caminho, vejo pela estrada moitas de flores amarelas que nascem à sua beira  e que eu sempre quis colher para ver se duravam bem nos jarros. Desta vez, eu o fiz !!! E ficou muito bonitinho e as flores resistiram bem ! 


 

E na mesma 6ª feira de minha subida, chegam as madeiras de ipê (ver postagem anterior) , já tratadas pelo seu Vinicius, que , com a sua equipe já as armazena no depósito- garagem extra que temos para este fim . 

As madeiras foram bem lixadas e organizadas no transporte
segundo os tamanhos variáveis das tábuas, de cinco metros a um .   

projeto futuro em andamento...
... esperando a hora certa. 


Todas as pequenas convenções de sua arrumação foram seguidas,
todas as tabuas separadas opor ripinhas, para não envergarem. 

As tábuas ficaram lisas e macias, de um tom beje claro.uniforme. 

Ficou um conjunto bonito, que depois cobrimos
 com uma forte lona para evitar algumas goteiras do depósito

Continuei o meu projeto de colher florezinhas silvestre e também algumas do jardim - quando há muitas não fazem falta - para enfeitar os vasinhos singelos  de meu lar campestre .  

Elisangela me disse que é  fácil cultivar os pés destas florezinhas da estrada a partir das sementes dos estames secos. Peguei mais delas  na estrada e enfeitei outro jarro. Deixei os dois vasos com as flores  na mesa da cozinha para que, aos poucos, Elisangela  fosse guardando os estames secos em uma caixinha de isopor que  deixai reservada para tal . Projeto de seu plantio esperando a primavera. 



Talvez tenha sido minha última nadada na piscina antes do inverno. a água estava gelada ! Uma razinha atrevida me fez companhia.
Depois , fomos visitar o Orelhudo e o irmãozinho que estão hospedados na fazenda vizinha. Relembrando o drama incestuoso: temíamos que o Orelhudo, que já é um garrote, inseminasse a Mocoquinha, que está ficando mocinha. Então, como Moisés não os estava querendo vender - assim como a mãe Laranja (que ele agora decidiu que merece outra chance  para ver se dá leite em uma nova gestação)  - procurou separa-los . Falei com o vizinho seu Paulo, que gentilmente assentiu, ainda mais que  será provisório,  só até a Mocoquinha estar inseminada . 

Mas fiz questão de ir ver onde estão. A fazenda de seu Paulo é grande e eles estão, junto com umas outras poucas cabeças, em um antigo pasto de carneiros desativado, com muito capim e água.  Lugar  bonito, numa dobra da estrada silenciosa, distante... 



Os dois pastam pertinho um do outro... 
Como negar que nossas famílias de bichos
têm afetos sutis que os ligam talvez de nós pouco conhecidos... 

 Uma borboleta belamente  colorida , no chão morta, me lembrou de minha oferenda à Natureza .
Eu a levei para nossa Pedra ancestral, para que ali fertilizasse o  meu Amor pela minha terra... 


E veio a noite da véspera de meu retorno ao Rio. Começa por um dos primeiros crepúsculos de outono, rapidíssima passagem de tonas de rosa, em volta do sol que desfalece... 




E com as trevas que avançam , o céu se revela todo estrelado;  há muito tempo eu não via a Via Láctea tão límpida, Vesper, as Três Marias, o Cruzeiro do Sul. 

Muito  pouco consigo registrar destas estrelas , na máquina fotográfica do celular só Vesper pontifica  ...


Mas a Lua cheia  surge no mesmo ponto, tantas centenas de quilômetros depois, de onde a vejo em minha janela na Cidade.

 Envolta também em folhas, mas as das livres  árvores altas que compõem algumas divisas de meu sítio. 

E é com ela que encerro minha postagem - já saudosa - de hoje. 








 
 






 





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