domingo, 26 de novembro de 2023

Ambivalentes signos da transição de Moradas

 Para onde vou ? Onde é o meu lar de alma ?

Quero ir mais para o sitio , mas não pretendo abandonar de todo a cidade. Penso em ter aqui um 'pouso', um lugar meio de passagem . Preciso ainda aprofundar meu projeto 4F e aproveitar algumas coisas praticas - médicos, investimentos - da cidade . Também aqui devo redescobrir as coisas boas, que são poucas, mas existem (como seletas expressões da Arte e da Cultura ) .

Nestas dinâmicas, tenho de jogar fora muita coisa do passado, para deixar lugar par o novo . Muita coisa do reino das emoções, mas também coisas concretas, roupas e sapatos velhos , por exemplo .

Meu velhíssimo cabideiro - foi um dos primeiros presentes que o ex-marido Miguel me deu quando recém- casados - simplesmente quebrou um pé e está ancorado ambiguamente a muitas caixas de sapato, nem todas eles em uso, repleto de bolsas novas ainda em suas sacolas junto àquelas 'de ambígua  estimação ' . 

Recentemente, em termos também da revisão psicanalítica profunda que ando fazendo em mim mesma, doei todos os sapatos que haviam pertencido a minha mãe. Definitivamente, e especificamente em territórios  libidinais relevantes, não quero seguir os seus passos, nem aqueles de minha avó a quem minha mãe, por conta de um Édipo distorcido, copiou , pegada por pegada apática/sanguinolenta.  


Desde há algum tempo, o sofá da sala -  atrás do qual estão atulhados quadros e cobres da casa de mamãe, na espera de relocação em minhas paredes - está constantemente coberto por bolsas e sacolas que vão pro sitio.  cada vez levo mais coisas para minha estadia lá, papeis de desenho, roupas melhorzinhas, livros, registros de vacas, presentinhos para visitas. O forninho elétrico este mês faz parte da coleção; vai complementar a utilidade do  fogão velho da mamãe cujo forno pifou  logo que chegou no sitio. 


À esquerda :
 Por trás de pufes e por baixo de mesas do escritório está uma papelada e um monte de recordações de retratos etc  mais sofridos: memórias maternas e de família que precisam ser transformadas em material de inventário, destruídas e/ou arquivadas. Para mitigar o tom mais tristonho desta foto, em primeiro plano coloco minha pasta de material de aquarela . 

À direita, muitas pastas e caixas contendo registros e planejamentos em curso para o 4F , para o sitio, para múltiplos aspectos criativos de minha vida, inclusive cópias de contos e rascunhos de desenho. tudo a ser melhor classificado ! . Misturados com papelada de IR antiga e outros que tais, assim como históricos e receitas de Morgana.

 
Quisera eu que meus projetos de Arrumação de Tralhas e Relíquias , de transicão de Moradas, seguissem o ritmo de meu  desejo, que em estado mais evidente  por estes dias . E não me furto de, olhando o pequeno calendário amazônico ainda a meu lado, aqui na mesa de meu computador  - quão significativo de uma maravilhosa viagem (há tanto tempo desejada!) ele foi para mim este ano ! - , acreditar que, no próximo mês de Novembro,  em 2024, boa parte desta Revisão em Objetos dos Rumos de minha vida estará em grande parte refeita !!! E a gravura que representa o mês XI neste calendário é tão singularmente  expressiva de uma Potência da Natureza e suas decodificações pela Arte e Cultura neste sentido  !  


A onça-pintada fala de meu bravo signo de Leão, e o araçari miudinho me  lembra Vicente, o corvo da arca de Noé , que , contra todas as probabilidades, lançou-se ao  Desconhecido para criar um novo Destino para si mesmo. 



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