sábado, 10 de março de 2018

Um curso de queijo pelo viés lírico

Fazer um curso de queijos, em especial quando se tem sítio, algumas vacas leiteiras  e uma proposta de incrementar sua produtividade e condição de sustentabilidade parece proposta tão objetiva !

Como um espírito lírico (não) aproveita tais condições ideais de estímulo à sua maior concretude existencial em condições tão favoráveis a uma postura um pouco mais prática ?

Começa  atentando para todos os aspectos divertidos - elevados à categoria de 'culturais' -  que envolvem o local da  atividade ...




Veja-se a homenagem , á direita , no jardim da queijaria, à Guilherme Tell !












Até os pitorescos retratos e esculturas  ''típicos' que tentam reproduzir a atmosfera campesina europeia ... servem de pretexto a tal   'aclimatação alpina '.





Depois, se interessa pela diversidade de formações e interesses do grupo, ao invés de avaliar sua condição de aliança em termos de operacionalização de competências específicas.


No nosso grupo, tínhamos queijeiros da Rondônia, procurando aprimoramento profissional, o filho de criador  de gado, que quer começar seu próprio negócio de queijo, paralelo àquele do pai, um recém-aposentado queijeiro amador, ex-executivo egresso da Zona Sul que está em vias de comercializar, em Itaipava,  a própria marca de queijo artesanal, vários gastrônomos amadores - inclusive uma moça de Ipanema que também administra  uma boutique - , uma ocupadíssima cardiologista que se desestressa aos fins de semana fazendo queijo em casa para os amigos, um simpático rapaz vegetariano de manifesta orientação ecológica, uma micro-empreendedora quituteira de mão cheia que vende no urbano tudo o que produz no rural e eu, que me confesso, antes de tudo, uma  amante da natureza e querendo acrescentar uma melhor feitura de queijo aos charmes encantatórios de meu sítio...



É claro que gosto particularmente da história do queijo, saber que 'surgiu'quando beduínos do deserto levavam leite em suas jornadas, em odres de couro, e que , numa destas, a fermentação produziu uma pasta gostosa , cuja composição foi aprimorada pelos frades da Normandia, para onde a afortunada  caravana em questão se dirigia ...




Bem-intencionada , como todos os outros , tiro fotos de todas as etapas de produção do queijo , mas me perdi no processo e só reproduzo aqui aspectos da feitura da muzzarela que nos renderam momentos descontraídos de puxa-puxa da massa saborosa...




..ou do 'vira de cabeça pra baixo' , o queijo frescal que precisava 'respirar'...






Também me fascinaram as diversas câmeras de refrigeração, estocagem etc, com seus tesouros dignos de uma comparação com as cavernas de Ali Babá.





Devo admitir que sou mais apreciadora do que
artífice destas maravilhas
gustativas...







Até fizemos , além do grupão Whatsapp de queijos, um grupinho mais restrito , que chamei Egressos Urbanos, onde três ou quatro de nós, professos enamorados da vida do campo  se reuniram, mas que anda meio devagarzinho...



A Vib lírica desvairada,  pelo jeito,  é mais minha mesmo...

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