domingo, 18 de outubro de 2020

Amadamata I

 Foi uma brecha  importante , em minha vida tão corrida, entre obrigações citadinas tão maçantes,  ter achado o Refúgio Ecológico Amadamata, em Macaé de Cima, no caminho do sítio, antes de Friburgo e , mesmo, de Mury.

Minha caseira havia quebrado o pé e estava já há um mês sem poder cumprir suas obrigações no sitio. Insisti em subir, para manter o ritmo de presença. Mas queria aproveitar esta 'quebra' - que me foi imposta independente de minha sempre tíbia decisão a respeito - para abrir novas perspectivas de viagem.

Comecei por perto.  Achei o refúgio na Internet. Só cinco cabaninhas , em altitude elevada . em meio à mata enfeitada por rio caudaloso mas raso. 


O mapa, na Internet, assim como as bonitas fotos do bem montado site - observe-se  um amigo conversando no canto da tela comigo e me encorajando a viagem - ,  já me facilitou a reserva do chalezinho afastado . A estrada de terra, a quase uma hora do asfalto é íngreme, mas bem transitável. 

Enquanto a atravesso, a vegetação vai mudando e incorporando aquela aparência mais 'alpína' que tanto aprecio,  com alongados pinheiros e vegetação nativa também diferente da que me cerca em meu sítio, que já está na rota para Bom Jardim. 


São doze e meio quilômetros entre o asfalto e o Hotel.       

Quando já estamos bem adiantados no caminho ,
surgem, setas que sinalizam uma pequena comunidade
tranquila e esparsa , incluindo espaços para retiros,  
          pois o local está inserido
em reserva ambiental protegida. 




Eu havia escapulido do  Rio, 6ª feira  depois do almoço. Foi uma alegria constatar ao chegar que minha cabaninha era tão reservada e charmosa como anunciavam as fotos que a ilustram no site . 



Fica pertinho do rio, donde se ouve o seu cantarolar á noite ...  E suas vistas são tão agradáveis !

Da cama, olhando à esquerda, para a porta de entrada, além da varanda, tem-se uma alameda linda de pinheiros antigos.


De acordo com a hora do dia, estas árvores altaneiras dão margem a fantasias  poéticas, como na imagem da direita , onde as formas enrugadas dos troncos nos fazem imaginar que são as marcas de dríades e hamadríades  que através deles se esgueiram para o Pomar das Fadas logo adiante...  

  




 Da mesma confortável  cama , olhando em frente, outra janela descortina uma campina suave, além das quais estão caminhos  levam a outras casinhas de usos aprazíveis diversos , todas entretanto discretamente afastadas de nosso olhar ... 


Outros detalhes que fazem  o quarto tão 
acolhedor são a lareira - que , infelizmente, não estava funcionando, o que não fez muita diferença, pois estava bem quente até mesmo naquelas alturas  - mas que confere ao ambiente um clima especial,  de qualquer maneira .

E a mesinha sob a janela em frente à cama , confere  um jeitinho de casa ao aposento; ao lado dela uma TV com DVD acoplado é sugestão para  possiveis videozinhos noturnos (fornecidos pelo Hotel) ...



  Cansada da viagem , desarrumei as roupas rapidamente e , depois de beliscar  as frutas que trouxera, fui dormir cedo, inebriada pelo silêncio absoluto e esplêndido! 


Lá fora , na varanda envolta nos sons dos grilos e nas travessuras dos vagalumes , o picapau que zelava pelo encanto do meu entorno também adormecia... 



  



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