Um dos móveis da mamãe que levei para a sala de jantar do sítio ficou particularmente bem decorado; em suas estantes expostas alternaram-se peças delicadas de porcelana da mamãe - um joguinho de chá mirim era meu brinquedinho de infância - e recordações minhas de viagens ou presentinhos que recebi há muito destinados a tal endereço ....
Entretanto, me foi vivamente recomendado, no ambiente rural que habito, não deixa-lo ao longo de minhas ausências assim a descoberto.
Afinal, amiúde minha casa serve de refúgio para gambás, que graciosos que sejam na natureza, podem criar prejuízos sérios dentro de ambientes domésticos, trotando ao longo das prateleiras e reduzindo louças a caquinhos !
Assim, dentre os lençóis trazidos para proteger isto e aquilo, organizo uma cobertura para envolver todo o móvel, quando eu não estiver por lá, que sirva de proteção a estas peças de decoração mais citadina ...
Também não me agrada colocar portas de vidro dividindo a visão da disposição dos adereços: talvez tenha de substituir estes objetos mais finos por outros mais rústicos. Há toda uma caixa deles que anda extraviada ; acho que veio para minha casa ao invés de para o sítio...
Enquanto isto o Gambá Fantasma - bichinho que, na real, só vislumbrei uma vez escapando de minha varanda o mias rápido que podia - continua entretendo minha imaginação campestre, sendo capaz das estripulias atribuídas pelo folclore ao Saci Pererê !!!
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