Cada vez me sinto mais em casa no meu sitio. Inclusive é como se hábitos que fui perdendo na cidade - como o de ler livros de ficção - substituído pelo comodismo de ver filmes e séries de televisão - mantivessem-se vivos lá....
Eu atribuo a prática deste prazer à atmosfera tranquila e verdejante a meu redor, à ausência proposital dos artefatos eletrônicos, ao balanço da rede na varanda ao lado do bebedouro de um beija-flor peregrino. E . em especial, ás noites, à cama quentinha no quarto de paredes de madeira cheia de frestas, por entre se insinuam os sons da sinfonia dos grilos, rãs e outros bichos noturnos que embalam minha deliberada insônia . Pois adio o sono, para aproveitar mais tais momentos de comunhão profunda com a Natureza e bem escritas ideias ....
Na cidade, sufocada entre quatro paredes, tensões constantes estreitando ainda mais os horizontes íntimos, apelo para a tela grande na parede em frente à cama (embora eu tenha uma árvore meio que encobrindo a abertura da janela lateral, ela não é o bastante), para ter acesso a paisagens e histórias que ativem minha imaginação , que fica embotada por aqui.
No fim de semana passado , choveu docemente no Rio e , em meio a total silêncio abençoado, voltei a ler , durante toda uma tarde preguiçosa, um dos livros em inglês, surrupiados da recente minicoleção que levei pro sítio (ver postagem anterior) .
Ao lado de um suco de maracujá - também trazido do sitio - e do celular desligado, esquecido por ali, conversei com Forster de muito longe e muito perto, no inicio do século passado e em uma Índia colonial que nem existe mais como entidade política. Mas as consistentes e libertárias ideias que o livro me narra de forma tão poética, excelente literatura, são eternas !
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