Todo mundo sabe que ter um sitio dá muito trabalho . Em especial quando é um sitio na roça, que quer produzir 'um pouquinho de tudo', só pra suprir algumas necessidades alimentares de sobrevivência, para o proprietário na cidade e para o caseiro e sua família, em justas medidas. Se formos uma alma sensível às belezas da Natureza , em suas expressões mais silvestres e naquelas mais cultivadas, outras dimensões de alegrias e preocupações , de ordem estética e sentimental, são acrescentadas àquele lado mais pragmático
O sitio situa-se em um espaço intermediário entre a fazenda - que é administrada por gerentes e/ou capatazes e pretende gerar lucro (por mais democraticamente repartido que este seja) - e a casa de campo, que visa - mantendo presente certas demandas por conforto e comunicação dos espaços urbanos - só o fruir do prazer do ambiente campestre. Pois o sitio é um microcosmo em si mesmo, entrelaçando o melhor e o mais desafiante destes dois mundos.
Nesta postagem, vou apresentar fragmentos de algumas destas experiências - omitindo as fotos de várias relevantes , conforme também tentarei descrever - colhidas durante minha mais recente ida ao sitio, no fim de semana passado, estendido até a última terça-feira .
Foi mais uma subida corrida, em meio a muita coisa a fazer na cidade, e preocupada em continuar a arrumação da casa, implicando , inclusive , em receber marceneiro para consertar pequenos defeitos nos móveis mais velhos já existentes ou trazidos recentemente do Rio, assim como trazer um móvel novo, dentro do meu amplo propósito de mesclar memórias significativas , Cidade e Campo nas suas Fronteiras (que é o nome do meu sítio) , Passados (reminiscências ) e Futuro (projetos) no presente .Sempre que chego, cansada da viagem de quatro horas, as flores do mês me saúdam, em volta de casa.
Neste mês, foram as dos vasos pendurados pela varanda, não lembro seu nome. E na janela do meu quarto , uma flor que parece um arbusto de margaridas debruçava-se sobre a garagem ...
Caramelo, como um pequeno Buda, deita em meu colo quando vou dormir e fica ronronando e fechando seu olhinhos, dando beijinhos felinos. Mas , em geral, só na primeira noite, que é para matar saudades...
No final de cada atarefado dia eu ia passear no meu jardim na serra.... pelas veredas que rodeiam meu antiquíssimo pé de camélias vermelhas, junto ao portão , que nos velhos tempos assinalava que os proprietários daquela terra eram abolicionistas...
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