Meu aniversário no sitio

 Tão  longe quanto posso lembrar nunca passei um aniversário no sitio ....

Este ano, em meio às consistentes mudanças em meu trânsito entre cidade e sitio, decidi passar lá meu aniversário, ai incluídas algumas voltas pelos 'arredores' , conforme explano adiante.

Estava  MUITO frio  e quando resolvi, na manhã de meu birthday, que caiu em um sábado, ir à cidade, como meu de roupitas de repertório de inverno  é lá limitado, a única que achei com um aspecto melhorzinho foi um jaquetão de exército forrado de flanela, quentíssimo e pesadíssimo, o que me deu uns três quilos a mais a carregar,  durante meu passeio.

Nesta época do ano,  toda a vegetação sofre muito com a seca; mas é a época as azaléas , que estavam magnificas, em especial na moita em volta da casa.

 Cheguei a colocar minha bolsa por dentro deste jaquetão, para evitar o ventinho frio a cada vez que buscava a carteira para pagar  minhas comprinhas pela cidade , o que me deu um aspecto um tanto parrudo. Para comprovar minha presença , neste dia especial, na centro de Friburgo , ai vão as fotos , junto ao relógio da Praça Getúlio Vargas. 

Após as compritas, fui tomar um cappucino com a Elisangela - que me ajudou a achar estacionamento e diversas  lojinhas na cidade que mudou tanto nos anos recentes ! - no Grão Pão, um novo espaço gourmet , em que foi transformada uma antiga padaria, com um pequeno restaurante e ampla 'patisserie', onde, aliás, compramos os quitutes que iriam compor minha mini-celebração de niver naquele dia e no seguinte.    

Na mais estrita intimidade, só com a presença de Moisés e Elisângela, mantive meu pequeno ritual intimo de soprar uma velinha - no caso uma velinha comum em castiçal de barro - ante a deliciosa tortinha de limão do Grão Pão, o mais exatamente possível às 17;15 hs., hora em que nasci. 

Como estamos em obrinhas de carpintaria  e para não usar pratos mais finos,
optei por comprar uns pratinhos de plástico de muito boa aparência   e bonitos desenhos,
 como mais uma opção em uma circunstância festiva, mas muito informal  

   No dia seguinte, domingo, fui com Elisangela a um convento beneditino extremamente ortodoxo ( e até posto fora da legitimação religiosa pelo Papa, dado sua excentricidade)   em Riograndina, um distrito mais afastado de Friburgo.  O caminho para lá favelizou muito, o que me entristeceu. Mas o convento e a igrejinha em si continuam preservados , com a missa cantada muito longa e ritualizada , as mulheres só podendo entrar de saia  e véu e um sermão do padre um tanto preconceituoso contra outras religiões, indo ao encontra de uma posição mais aberta da atual Igreja a respeito. 

Faz-nos pensar os encontros de férias oferecidos aos jovens locais e sua intenção de lhes dar uma educação moral por esta via. 

A natureza em volta  continua linda , com a abrupta montanha ao fundo, sobre verdes vales... 

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Vetustos antigos pinheirais cercam pequenos espaços de devoção, como o altarzinho à  Virgem Maria 

De volta ao sitio, já de tarde, deu apenas tempo para preparar sanduichinhos triangulares de queijo e presunto que acompanharam todos os aniversários de minha infância - invertendo a ordem de servir salgados e doces em uma festinha - e  a carinhosa relação que une Moises e sua filha deu o tom familiar a este momento. 

E assim foi meu aniversário no terceiro final de semana de agosto de 2022 , em meu sitio . 

No dia seguinte, quando fico sozinha no sitio, continuei a ritualização de pequenas mudanças , do passado para o futuro, da cidade para o campo. 

Mas isto é assunto para outra postagem.