segunda-feira, 19 de setembro de 2022

As exéquias da Rainha

Assisti meio  que ocasionalmente parte do preparo do cerimonial que se seguiu à morte da rainha Elizabeth II da Inglaterra , após 70 anos de reinado, ao longo das significativas vicissitudes que compuseram o tão mutante século XX e seus reflexos e suas rupturas com o século XXI. De vez em quando me detinha no canal BBC que transmitia, de forma quase ininterrupta, tais preparativos e a longa fila de cidadãos que queriam dar um último adeus à sua  rainha, em espera que durava até 24 hs.

Gosto de homenagens aos princípios e aos valores que, de uma maneira ou outra - e não obstante os possíveis equívocos neste caminho - , zelam pela preservação do que foi adquirido durante o processo civilizatório em prol da Humanização de nossa espécie. Aprecio - nas margens da veneração -   tudo que remeta ao conceito - atualmente tão vilipendiado - de Honra e de tudo que  nele está  implicado de cortesia e de respeito à   alteridade dos outros seres sencientes.

Agora de manhã cedo, acompanhei um pouquinho, o translado do caixão da rainha, envolto em impressionante cortejo, de onde o seu corpo estava sendo velado para a Abadia de Westminster. Ou seja, de tão distante e de forma tão ignota, estive um pouco presente a um dos momentos do cerne de suas exéquias; em sua etimologia , a palavra representa "seguir junto ao corpo daquele que se foi, em forma e em meio às honras que lhe são concedidas neste seu último trajeto na Terra " .

Muitos deveres me serão  impostos nesta semana que via ser muito ocupada. 

Assim, quais flashes, registro os momentos que mais me tocaram...

O cortejo com o ataúde o para em frente à abadia de Westminster onde a rainha foi coroada e casou. 
Em sinal de respeito todo o seu féretro baixa a cabeça 






Muitas bem escolhidas perspectivas do interior da abadia ressaltam a sua magnifica arquitetura gótica  


A coroa, o cetro e a esfera de seu poder temporal 
 acompanharam a Rainha até o final da cerimônia 


 Após o solene soar das trombetas , um minuto de silêncio em todo o pais.

O cortejo sai da abadia e circula  pelos principais pontos cívicos de Londres 


Enquanto os canhões trovejam...

... guardas da Cavalaria Montada  do Canadá encabeçam a comitiva  

Depois o cortejo segue em direção a Windson, ' castelo residencial'  da rainha e por ela muito amado .




Nota particularmente comovente neste trecho foi a presença, nele, de seus animais mais queridos.

Em especial de sua égua Emma predileta, de 24 anos , que , em uma brecha entre as fileiras que ladeavam a estrada, ao lado de seu tratador Tery Pendry, de 72 anos, veio também dizer adeus à sua dona. 


A rainha a havia montado pela última vez no dia 18 de julho 
deste ano, logo antes antes de ir para Balmoral.


Alguns de seus cachorrinhos , igualmente, ali estavam ... 

Na cidadezinha de Windsor , o carinho de seu povo esteve sempre a seu lado ....

E , um pouco distante dali, em seu iate, um gaiteiro escocês lhe rende homenagem . 







Na capela do  palácio de  Windsor, antes das  mais reservadas despedidas da família , a ultima cena que nos é apresentada é também do gaiteiro escocês, que , segundo  a tradição,  acompanha a alma do falecido  em seu traslado entre os mundos ... 





Boa viagem cara Rainha !!! 









  

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