domingo, 24 de dezembro de 2023

Sob o signo do Projeto e do Trânsito entre as Fronteiras: no Campo

Aos poucos, meu trânsito entre Campo e a Cidade - tentando melhor servir à Floresta vicejante também no meu Inconsciente - vai ganhando uma dimensão de pesquisa psicanalítica profunda tal que até hesito em tentar descrever alguns de seus aspectos aqui. Mas tal pesquisa está tão intricada com mim, que dela não consigo me afastar , nem em momentos que seriam de lazer e de descanso...  como na ida de fim de ano ao sítio .

Repeti o presentinho improvisado
para o convidado desconhecido 

Subi pensando em aperfeiçoar um pouquinho a feitura de minha arvorezinha de Natal muito simplificada, caprichando nos pacotes, nas mensagens, nas dedicatórias . Com presentinhos para a turma toda do sitio e mais o Vet que, desde que iniciei minha incipiente criação de jersey, vai mais lá. 


Nos primeiros dias, embebi-me da Beleza do sitio em dias de calor um pouco amainado por chuva recente. Sempre descubro pequenas surpresas vegetais novas, apesar de já conhecer tão bem as florações principais . Um chão atapetado de pequenas pétalas caídas...


... me faz erguer a cabeça e vislumbrar , de baixo, as flores gloriosa que, por voltarem-se, na copa horizontal, para cima, só me permitem perceber seu contorno por baixo...


O ciclo de renascimento - embora não constante - impressiona, malgrado a ele eu estar acostumada . 
Como uma planta que era linda na casa de minha mãe, minguou e quase morreu quando chegou no sitio e rebrotou com algumas características novas, no mesmo lugar, na varanda.


No reino animal, as coisas não correram tão bem. Os dois bezerros (agora chamamos o Malhadinho de Elvis) crescem saudáveis. Concordando com a recomendação do Arlei , o Vet tentou inseminar a Amanda , mas ela expulsou o dispositivo, dois dias depois dele ir embora. 

Não acho que eu tenha perfil para criadora; 
os azares da criação, coisa natural nas plagas
campesinas, não me é fácil. 
Ainda mais quando envolve morte como aconteceu com o Foguete, o cavalinho do Maicol que teve cólica. Estive lá dando força - de uma forma semipagã, mágica - aos múltiplos cuidados veterinários.     
 Quando saí de lá na 4ª feira, ele estava se recuperando bem ...
Fiquei arrasada quando na 2a feira seguinte de manhã, soube que tinha morrido , não resistira...

 Este ano que passou , tentei fazer um elo mais forte, em termos de projeto compartilhado , com o nosso Vet, de Campo - Cidade: como potencializar o melhor de cada um destes espaços para melhor servir à Floresta, nossa individualidade mais profunda !

Preparei para o Dr. Fabiano um café de Natal especial, com as coisinhas da Cidade e do Campo de sempre, inclusive docinhos da nossa Festa de 10 anos que havia congelado para ele.  A mesa ficou linda (até rosbife com ciabatta tinha !) 


E eu trouxe também presentinhos representando desde a viagem a Amazônia - sobre a qual conversamos tanto por WhatsApp, possivelmente, ele foi a pessoa que mais viu minhas fotos de lá ! - até mini-lembretes do Rio e uma bomboniere decorada com as fotos da Amanda e do Copérnico , com ele inclusive , com balas de leite da  Kopenhagen e um cartãozinho daqueles meus, super-personalizado.


Observe-se como coloquei um recortinho do Copérnico ,
perto da vaquinha, de forma que ele faça parte do presépio ! 


 Mas o presentinho em que fazia mais fé, para nosso diálogo era uma caprichada cópia de dois contos paradigmáticos de Miguel Torga, Nero, representando um pouco o arquétipo da mentalidade rural,  rural  que preza a segurança, o conhecido, a família, conforto + lazer  etc. e Vicente, a mentalidade cosmopolita, que corre o risco, que tem ligação direta com o  passado e o porvir da Humanidade, uma missão. 





Foi uma aposta em um momento de curiosidade de meu caro VET  no futuro. Embora eu ache que talvez ele só leria por educação, começo a achar  qua não obstante toda a sua gentileza e boa vontade , há um abismo muito grande entre a mentalidade rural e a urbana ... 

Não sei bem o que procuro nesta parceria de sentimentos/ideias, mas teria a ver com um investimento  de outra natureza no que é pulsão de Vida , uma outra percepção/fruição de Estética em que o Bom e o Belo estivessem entrelaçados de outro jeito. Talvez nosso comum amor à Natureza seja muito mais pra mim também uma metáfora de outros conteúdos simbólicos ali encarnados do que para ele. 

Também me parece que ele gosta mais de bichos grandes - vaca, cavalo - do que de bichos domésticos como a gente da cidade (também  que outra escolha teríamos ?) 

Vai aí, pois,   uma foto de meus dois petezinhos do sitio, abraçados em sua cadeira - a de balanço -  predileta, para terminar em ritmo de esperança esta postagem) .   










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