A quarentena - decretada a partir do Corona vírus, neste terceiro mês de 2020 , na nossa bela cidade - nos trouxe um impacto quase imobilizante...
Durante as duas primeiras semanas ficamos meio atordoados, sem saber o que pensar, o que temer, do que desconfiar ... Como sempre, neste blog, valorizamos o aspecto desafiador, instigante, criativo de TUDO o que acontece . mas precisamos de um tempo para ir além da perplexidade difusa que nos confundia percepções mais aguçadas e sutis...
Optamos pelo 'isolamento não-restritivo' - ou seja, para aquele recomendado para pessoas que não se inserem nas categorias de grupo de risco. Agimos estritamente dentro das recomendações da OMS, em termos de higienização e manutenção de distância minima entre pessoas.
Mas mantemos - sempre de acordo com o que as leis de nosso pais permitem - alguns procedimentos para nós indispensáveis a nossa saúde física e mental, como as caminhadas ao ar livre .
No curso desta e outras atitudes de teor similar, uma coisa logo nos maravilhou : o vazio maravilhoso das ruas sem trânsito. Parecíamos ter voltado há trinta anos atrás !
Prédios mais clássicos e vielas de comércio menos bem conservada , todos embalados no sonho doce de uma valsa antiga , passos de cavalheiros e damas pouco apressados, imersos em um viver macio...
Melhor ainda foi ver a nossa rua Jardim Botânico entregue à cisma solarenga das grandes árvores e os murmúrios sonoros - audíveis das calçadas (já que o parque, infelizmente, foi fechado!) - dos passarinhos sedentos do silêncio inédito há décadas, como o único fundo musical digno de seus acordes !
Que, dentre os benefícios a serem advindos desta fase sofrida, um pouco mais de silêncio e quietude e paz seja devolvido as nossas vias urbanas !!!
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